Pré-Reforma: O reinício de uma Igreja Espiritual, e o abandono de uma Igreja Estatal. John Huss, a Estrela Vega: O homem contagiado pelo brilho da Estrela D’Alva. Parte II.

Pré-Reforma:  O reinício de uma Igreja Espiritual, e o abandono de uma Igreja Estatal.  John Huss, a Estrela Vega:  O homem contagiado pelo brilho da Estrela D’Alva. Parte II.

Pré-Reforma:

O reinício de uma Igreja Espiritual, e o abandono de uma Igreja Estatal.

 John Huss, a Estrela Vega:

o homem contagiado pelo brilho da Estrela D’Alva.

Parte II.

Por Vitor Reis de Melo

 

Resumo: O segundo Biografado da série ó e Mestre John Huss, não é em vão que é chamado de Estrela D’Alva de Pré-Reforma. Esse movimento não existiria sem ele. Sendo um dos baluartes do seu tempo, e consequentemente, um dos divisores de água.   

Summary: The second Biography of the 3rd series and Master John Huss, it is not in vain that it is called Star D'Alva de Pre-Reforma. This movement would not exist without it. Being one of the bulwarks of your time, and consequently one of the water dividers.

O século que segue a história de John Huss. É o mesmo de Wycliffe, basicamente, o que os separou foram 10 anos. Huss vê a Igreja passando pelos mesmos problemas. A história de Huss gira em torno de dois pilares: Jesus Cristo e Wycliffe. Se a Estrela D’Alva da Reforma não brilhava mais no Céu dos homens, a sua Luz Espiritual ainda irradiava, como se estivesse no seu zênite, pois, Huss pode ser chamado de: “Estrela Vega”, a os “Hussitas de Constelação Lira”. Para deixar bem claro que, Lolardos são os discípulos de Wycliffe, e Hussitas[1] de John Huss. Mas, como o Mestre Huss foi influenciado por Wycliffe, não tem como separar a influência dos Lolardos sobre os Hussitas.

Segundo Vicente Temudo Lessa, antes de falarmos de Huss, da Boêmia. “A Boêmia foi outro vasto campo de protestos contra os abusos eclesiásticos” (LESSA, 1980, 17 p.). O ponta pé inicial foi o com Monge Agostiniano Conrado Waldhausen, este homem era Anti-indulgente fervoroso e a ataca a vida devassa que o Clero levava as escondidas. O que se segue é o Jurista, Teólogo, Vice-Chanceler: Milicz da Morávia. “Abundou nos mesmos temas de Waldhausen e fundou em Praga uma Escola Teológica para o estudo da Bíblia. A Inquisição o perseguiu e fê-lo terminar os dias no cárcere” (LESSA, 1980, 17 p.). Matias Janov, também sofreu com a opressão Igreja Católica. “Seus escritos exerceram grande influência, Advogava o Sacerdócio Universal dos fiéis, que veio a ser o princípio fundamental da Reforma do século XVI” (LESSA, 1980, 17 p.).

É da Boêmia que vem o objeto de estudo do artigo: John Huss.  “Campeão religioso e político de sua terra, luminar do povo eslavo como patriota e reformador. Seu nome é respeitado na sua pátria por todos, indistintamente. John Huss como Sacerdote Católico, foi pregador na corte, confessor da Rainha e Reitor da Universidade de Praga. Remodelou a língua tcheca” (LESSA, 1980, 17 p.). John Huss é um dos seletos Pré-Reformadores. Como seus escritos, suas ideologias, e ele mesmo foram condenados pelo Concílio de Constança.

Para A. Kenneth Curtis, nesse contexto do Concílio de Constança, mesmo décadas depois de sua morte, a Igreja resolveu o problema chamado Wycliffe. “O Concilio de Constança, 31 anos mais tarde, o excomungou, e, em 1428, seus ossos foram exumados e queimados, e as cinzas, espalhadas no rio Swift” (CURTIS, 2003, 84 p.). Alguns Hussitas não foram esquecidos: “um ano depois, foi a vez do suplício de seu discípulo Jerônimo de Praga, o Cavaleiro da Boêmia. A seguir , abriu-se o longo período de Guerra Hussitas, em que fulguraram os gênios de Zizka, o guerreiro cego, e de Procópio, o Hércules da Boêmia” (LESSA, 1980, 17 p.). No Concílio de Constança também foi resolvido a questão de Eucaristia; Huss e Wycliffe. Tudo numa tacada só.      

John Huss, a Estrela Vega. Segundo C. Cantu, sua Família era do campo, muito simples. Nascido em Hussinet, na Boêmia, perto de Frichtelgebirg. “Cerca da fronteira bávara e do limite lingüístico entre o alemão e o tcheco, em 1373” (CANTU, 1979, 363 p.), ele trocou pela vida no meio dos livros. Mesmo em Praga teve uma vida bem simples financeiramente, até que aconteceu um movimento com cerca de vinte anos de idade em 1373 “conseguiu o título de licenciado me artes e, em 1394, o de bacharel em teologia” (CANTU, 1979, 363 p.). Huss não tinha condições para continuar a estudar, mas, Deus usou a própria inteligência de Huss para abrir portas para ele. “Tinha afã insaciável de conhecer e saber a verdade (...). Desprovido de recursos não pode aspirar ao Doutorado. Mas, abriu caminho, graças a sua inteligência. Nomeado Professor em 1398, foi decano da Faculdade de filosofia em outubro de 1401 e reitor em 1402 da capela de Belém. Dois anos antes havia recebido ordens agradas” (CANTU, 1979, 363 p.). Segundo A. Kenneth Curtis, a expressão: “Vamos cozinhar esse ganso! O homem a quem essas palavras se referem era João Hus, cujo sobrenome significa "ganso", em seu idioma pátrio, o tcheco. A pessoa que proferiu essas palavras se referia ao fato de que Huss seria queimado em uma fogueira. Porém, quando o Estado e as autoridades eclesiásticas condenaram Huss, estavam acendendo a fogueira do nacionalismo e da Reforma da igreja” (CURTIS, 2003, 84 p.).

Logo, a dedicação a Bíblia Sagrada e as coisas que envolviam a Igreja, com Graça de Deus e inteligência. Em pouco tempo, lhe fez colher grandes frutos. “Não só da cátedra, mas também como pregador da capela de Belém foi o guia e o cérebro do movimento que reivindicava o estabelecimento de uma Igreja Nacional e reprovou com duras palavras os verdadeiros inconvenientes e abusos eclesiásticos” (CANTU, 1979, 363 p.).  Cotidianamente, era envolvido uma boa moral, sensível, zeloso e duro, mas, por ter dentro de si tudo isso arrastou admiradores, um dos mais importantes foi o: Bispo Zbynek Von Hansestein. Para C. Cantu, a Intelectualidade de Huss era abrangente. “Huss se distinguiu nas discussões mais abstratas e no conhecimento de Aristóteles, da Bíblia e dos Santos Padres. Formado no ambiente da Filosofia Realista, hostil à aridez do nominalismo, buscou no campo dos escritores de Mathias Janov e Chtitny a satisfação as suas inquietudes religiosas” (CANTU, 1979, 364 p.).  Huss não fazem destes homens como suas bases teóricas em vão: “Janov e Chtitny haviam propugnado a consideração da Bíblia como única fonte de verdade e de fé, e o segundo havia postulado a renovação espiritual da Boêmia com base no desenvolvimento de sua cultura e da ruptura com a tradição romana” (CANTU, 1979, 364 p.).

Isso joga Huss ideologicamente, par longe da Igreja Católica, e o faz mergulhar mais ainda no Mundo Teológico do Mestre Wycliffe, duas obras muitos pesquisas por Huss de Wycliffe foi Dialogus e Trialogus. Estas obras chegaram até Oxford pelo canal de Deus chamado Jerônimo de Praga. Soma-se a isso: “graças às velhas relações entre a Universidade de Oxford e a de Praga e também sobretudo, ao casamento do Rei Inglês Ricardo com a Princesa Ana de Boêmia.  Dá a oportunidade para o surgimento e o Fortalecimento dos Hussitas e dos Movimentos iniciais do Republicanismo Inglês. Em 1403, John Huss é ordenado pelo Bispo Zbynek Von Hansestein Pregador Oficial do Sínodo anual de Praga. “Assim formou-se a negação católica de João Huss” (CANTU, 1979, 364 p.). Pois, contexto era oportuno para Huss se levantar. “Naquele momento de grave crisma para a Igreja, dividida pelo Cisma do Ocidente, ameaçada pela antigas heresias e a formulação de novos postulados antidogmáticos, eis que ela surgia em Boêmia um novo foco de insubordinação, muito mais perigoso que o inglês de Wycliffe” (CANTU, 1979, 364 p.).

O contexto, de Wycliffe não era tão fácil de insuflar movimento anti-católicos como o tempo de Huss, apesar de não ser tão distante são cerca de duas décadas somente. “Pois, na Boêmia a pregação de Huss não só ia encontrar espíritos tranqüilos e insatisfeitos, mas também uma massa nacional disposta a lutar contra a influência germânica, política e social” (CANTU, 1979, 364 p.). Huss era resposta para muitos da sua época, então a Igreja Católica precisava pará-lo. “Por esta causa, Huss Apresenta o duplo papel aspecto reformador religioso e de caudilho nacional, papel muito semelhante ao desempenhado um século mais tarde, por Lutero na Alemanha. Não só nestes aspectos o herege alemão foi o herdeiro espiritual do herege theco” (CANTU, 1979, 364 p.).  As obras de John Huss têm três epicentros: Propaganda Anti-Romana > Tradução das Obras de Wycliffe > Ataques ao Clero.

 

A Doutrina de Huss tirou a Paz da Igreja Romana. Foi um estremecer do Clero na época.  Havia um choque entre o que a Bíblia diz a e a vida de todo o Clero.

Nas paredes da Capela de Belém, as pinturas contrastavam o comportamento dos papas e de Cristo. O papa caminhava montado em um cavalo, mas Cristo andava a pé; Jesus lavava os pés dos discípulos, e o papa permitia que as pessoas beijassem seus pés. O mundanismo do clero ofendia Hus, que pregava e ensinava contra isso, ao enfatizar a piedade pessoal e a pureza de vida. Quando enfatizou o papel da Bíblia na autoridade da igreja, ele elevou a pregação bíblica a um importante lugar no culto. Os ensinamentos de Hus se tornaram populares entre as massas e algumas pessoas da aristocracia, incluindo-se a rainha. Conforme sua influência na universidade crescia de forma notável, a popularidade dos textos de Wycliffe também aumentava  (CURTIS, 2003, 84 p.).        

 

No ano de 1405, chega ás mãos do Bispo Zbynek Von Hansestein advertências contra Huss, cerca de três anos mais tarde foi proibido de pregar os seus Sermões Anti-romanos e as Doutrinas de Wycliffe. Para a Revista Defesa da Fé, isso é o que faz de Huss ser quem ele é: “foi proibido de pregar pelo Papa, mas desobedeceu e permaneceu. Foi convocado pelo Papa para comparecer a Roma. Recusou-se e foi excomungado. Mas, como contava com o apoio dos reis e de quase toda a Boêmia, continuou pregando sobre a Reforma. Opôs-se contra as indulgências, pois ninguém podia vender uma coisa que vem unicamente de Deus” (DEFESE DA FÉ, 2002, 31 p.).

Essa derrota não abalou Huss e os Hussitas, uma das bases do movimento era o apoio do povo, e isso o papado não podia tirar. “Huss aproveita as lutas dos partidários de Gregório XII e os de Benedito XIII par apoderar-se da Universidade de Praga, que o Rei Venceslau concedera à nação tcheca, a 18 de Janeiro de 1409” (CANTU, 1979, 365 p.).  O Rei Venceslau converteu-se ao Movimento Hussita. “Declarou-se defensor das teorias de Wycliffe e passou aclamar decididamente contra o clero e o Papa. Negou a necessidade de confissão auricular; atacou com idolátrico o culto das imagens, da Virgem Maria e dos Santos, a infalibilidade do Papa; declarou anti-cristãs as censuras eclesiásticas” (CANTU, 1979, 365 p.).

Os ocorridos dão mais temperos ao contexto que já não era mais de calmaria. “Os Alemães Nominalistas fizeram e os Boêmios Racionalistas fizeram reviver antigas disputas escolásticas” (CANTU, 1979, 365 p.). Agora, cerca de 24.000 Estudantes estrangeiros trocaram e Universidade de Praga pela de Leipzig, e trouxeram consigo a difamação de hereges dos Hussitas na bagagem. “Assim se inicia a História da Universidade Nacional Moderna” (CANTU, 1979, 365 p.).  Nada foi sem sentido no tabuleiro político da época. “O triunfo de Huss, nomeado reitor da Universidade de Praga, em Outubro de 1409, inaugurou uma etapa de convulsões sociais e religiosas. Apoiado pela Universidade e o povo de Praga, combateu a autoridade pontifica e se negou a abjurar suas doutrinas. Foi excomungado pelo Bispo de Zbynek a 06 de Junho de 1410” (CANTU, 1979, 365 p.). Mesmo, o Bispo Zbynek Von Hansestein sendo amigo de Huss teve de ceder às pressões Papais de Otton Colonna de excomungá-lo. A partir disso John Huss formula e redimensiona sua Doutrina com 4 pontos: Livre Interpretação da Bíblia > Negação do Poder Papal > Absolvição das Indulgências > Falibilidade da Igreja Militantes.

   

Outro ano chave foi 1412, “quando João XXIII publicou perdões para quantos o ajudasse em sua luta contra Ladislau de Nápoles, sua reação foi violenta e imediata. As cópias da bula pontifica foram emporcalhadas vilmente nas Igrejas, e um estudante disfarçado de rameira atravessou a cidade com a bula pendurada ao pescoço” (CANTU, 1979, 365 p.). Agora, entra em cena Jerônimo de Praga, o grande desafiador da Igreja. “Desmoralizada publicamente, foi queimada por Jerônimo de Praga, debaixo de uma forca, como vingança de terem sido queimados os livros de Wycliffe por ordem do Bispo” (CANTU, 1979, 365-66 p.). Esse Fundamentalismo do século XIV de Jerônimo fê-lo perder o apoio da Universidade de Praga, e mais raiva da parte das Hierarquias Eclesiásticas. O contra-ataque Papal é forte. “A cidade foi interditada e o Papa João XXIII ditou contra Huss a excomunhão maior em 1412. Huss foi expulso de Praga e saiu a pregar  sua ideias por outras regiões” (CANTU, 1979, 366 p.).

Segundo C. Cantu, o seu tempo lhe proporcionou um contexto diferente. “A posição de Huss foi sempre num crescendo, porque encontrou germes de descontentamento que facilmente se desenvolveriam e porque não se lhe pode dar pronto remédio, num momento em que a Igreja achava-se miseravelmente despedaçada entre três papas” (CANTU, 1979, 366 p.). O Concilio de Constança foi uma Radioterapia para conter; o Câncer de Divisão que corroia toda a Igreja. O evento foi em 1415. Assim, lá estavam: o Imperador; Príncipes; Senhores. A Cidade estava transbordando de estrangeiros cerca de 50.00, e 18.000 Cléricos. “Porfiavam todos estes grandes personagens em qual deles havia de se distinguirem pelos trajes, mais ainda do que é hoje” (CANTU, 1979, 366 p.). Esse Evento traria conclusões para o Mundo da Época.

Huss foi chamado ao Concílio de Constança em 1414, a pedido do Imperador Segismundo. Foi-lhe outorgado um salvo-conduto para ele e seus acompanhantes, a fim de que ninguém lhes fizesse algum mal durante o caminho. João Huss se jactava d poder convencer o Concílio logo que chegasse, afirmando que se acontecesse ao contrário, isto é, se ele fosse convencido de um só erro de fé, consentia em sofrer a pena estabelecida par os heréticos (CANTU, 1979, 366 p.).

                A sua caminhada rumo a Constança foi em 11 de Outubro. Os dois pólos pensavam muito diferentes. “O Concílio queria uma reforma e João pretendia uma  Revolução religiosa e passou  pregar suas doutrinas pela cidade, que começou a tomar conhecimento do conteúdo de sua ideias” (CANTU, 1979, 366 p.). Se colocássemos a fé como o Capitalismo. Ideia é que o Concílio seria os Sociais-Democratas, estes querem Reformar o Capitalismo. E Huss, seria um Anarquista Radical é uma Revolução do Sistema em prol da vida. Antes do destino de Huss de descrito quero trazer outro nome importante para o assunto História da Igreja; John Foxe.

            Para John Foxe, ele concorda como o C. Cantu que os escrito de Wycliffe chegaram até a Boêmia nos tempos do casamento de Rei Ricardo II e a Rainha Ana, esse rastro Wycliffe na lama de seus leitores: “começaram aprovar e saborear o Evangelho de Cristo, até que no fim, com a pregação de John Huss, foram crescendo cada vez mais” (FOXE, 2005, 87 p.). O rastro de seus sermões chegou ao Papa Alexandre V. “Em sua resposta John declarou que o mandato da bula papal era absolutamente contrário aos exemplos de Cristo e dos Apóstolos e também prejudicial á liberdade do evangelho, impedindo a Palavra de Deus de percorrer livremente o seu curso” (FOXE, 2005, 87 p.). Os extremos da Vida da Igreja e dos Papas eram muitos para A Kenneth Curtis:

Nas paredes da Capela de Belém, as pinturas contrastavam o comportamento dos papas e de Cristo. O papa caminhava montado em um cavalo, mas Cristo andava a pé; Jesus lavava os pés dos discípulos, e o papa permitia que as pessoas beijassem seus pés. O mundanismo do clero ofendia Hus, que pregava e ensinava contra isso, ao enfatizar a piedade pessoal e a pureza de vida. Quando enfatizou o papel da Bíblia na autoridade da igreja, ele elevou a pregação bíblica a um importante lugar no culto. Os ensinamentos de Huss se tornaram populares entre as massas e algumas pessoas da aristocracia, incluindo-se a rainha. Conforme sua influência na universidade crescia de forma notável, a popularidade dos textos de Wycliffe também aumentava (CURTIS, 2003, 85 p.).

                Sem falar que o Papa Alexandre faleceu, e seu sucessor é ultrajante quanto aos insubmissos. “Depois de Alexandre, veio o Papa João XXIII” (FOXE, 2005, 87 p.). João XXIII era um Anti-Boêmio. É por este que John Huss foi acusado de herege: “porque na mesma época pregava na Igreja de Belém de Praga e parecia mais disposto a ensinar o Evangelho de Cristo do que as tradições dos Bispos” (FOXE, 2005, 88 p.). Como o Papa deixa a questão nas mãos de Huss com o Bispo de Columna. Huss foi convocado ao Tribunal Religioso Romano.

O ponto que diferencia Foxe, de Cantu já citado algumas páginas atrás é que, “Wenceslau, rei dos romanos e dos boêmios, atendendo a um pedido especial de sua esposa Sofia e de toda a Nobreza, bem como às petições e desejos da cidade e da Universidade de Praga” (FOXE, 2005, 88 p.). Essa ação do Rei foi para livrar Huss de uma futura Condenação. Pois, ele lhe enviou uma carta: “se o Papa tinha suspeitas de que a Boêmia estava infectada  por doutrinas falsas e heréticas, ele deveria mandar seus embaixadores a fim de corrigi-las e emendá-las” (FOXE, 2005, 88 p.).

Mas, foi o Cardeal de Columna que excomungou Mestre John Huss seus advogados foram perseguidos, “quando os procuradores se recusaram a abandonar o caso em curso, alguns deles foram parar na prisão onde sofreram graves castigos; outros deixando o seu trabalho inacabado voltaram para a Boêmia” (FOXE, 2005, 89 p.). Ao mesmo tempo, que isso chegava aos ouvidos do Povo de Boêmia “foram perdendo o respeito pelo Papa” (FOXE, 2005, 89 p.). Papa passou a ser visto como um impedimento a pregação de Palavra de Cristo, e a escravidão que era as indulgências. Resumidamente, essa é a opinião dos Boêmios a respeito de Roma: “tiravam das ovelhas de Cristo a lã e o leite, mas não as alimentavam, nem com a Palavra de Deus, nem como os bons exemplos” (FOXE, 2005, 89 p.).

O Cisma Papal em curso fazia os Boêmios riem e desprezarem o Papado. Nos tempos do Rei Wenceslau, o Papa João XXIII redigiu uma Bula Indulgente, que foi uma reação ao Rei Ladislau, de Nápoles, pois esse estava tomando regiões papais. “Mas, Huss e seus seguidores, incapazes de suportar e impiedade daqueles perdões (indulgências), passaram a atacá-las verbalmente. Na companhia de Huss estavam três artífices que, ao ouvirem o sacerdote pregar sobre aquelas indulgências, falaram contra elas e chamaram o Papa de Anticristo” (FOXE, 2005, 89 p.). Isso teve um grande desdobramento. “Mas, os artesãos, cujo nomes eram John, Martin e Stascon, ficaram na prisão e, apesar de tudo, foram decapitados” (FOXE, 2005, 89 p.). Huss disse no funeral desses homens: “estes são os santos que, testemunhando de Deus, entregaram seus corpos” (HUSS apud FOXE, 2005, 89 p.). Como já descrito John Foxe concorda em muitas com C. Cantu em respeito de Huss, ainda que o Rei Wenceslau e a Corte não tivessem conseguido impedir a fogueira foram inúmeras tentativas da Corte. A Kenneth Curtis a respeito de Huss: “Em vez de colocar seu prestígio em risco, a corajosa morte de Huss só serviu para aumentar seu reconhecimento. Inflamados pela combinação de fervor religioso e nacionalismo, seus seguidores se rebelaram contra a Igreja Católica e seu império controlado pelos germânicos. Com essa rebelião, eles efetivamente se livraram de ambos” (CURTIS, 2003, 86 p.). Assim, concluiremos esse artigo com a descrição de John Foxe a respeito da morte John Huss:

Então, foi acesa a fogueira, e John Huss se pôs a cantar em voz alta: - Jesus Cristo! Filho do Deus Vivo! Tem piedade de mim. – E quando começou a repetir invocação pela terceira vez, o vento soprou a chama contra o seu rosto e sufocou-lhe a voz. Mas, apesar disso, ele ainda se moveu durante o espaço de tempo que se leva para dizer três vezes a Oração do Senhor. Quando toda a lenha se consumiu, a parte superior do seu corpo jazia pendendo de corrente. Eles a derrubaram com estaca e tudo. Fizeram fogueira e a queimaram depois de cortar a cabeça em pequenos pedaços para que pudesse consumir-se mais rápido e transformar-se em cinza. O Coração, que foi encontrado entre as vísceras, depois de batido com varas e paus, foi por fim espetado na ponta aguda de uma estaca e assado no fogo até consumir-se. Em seguida, recolheram as cinzas com grande diligência e as jogaram no Rio Reno, para que não ficasse sobre a terra o menos vestígio desse homem. Todavia, sua memória não pôde se apagada das mentes piedosas nem pelo fogo, nem pela água, nem por qualquer outra tortura. Esse piedoso servo e mártir de Cristo foi queimado em Constança no dia seis de Julho de 1415, d. C. (FOXE, 2005, 119-120 p.)

Em suma, como é comum aos nunca serão esquecidos, nem mesmo por essa Igreja Moderna, que passa por crises internas que precisaria de outra Pré-Reforma e Reforma. Pois, do Céu da História de Igreja nunca se apaga uma Estrela, quer seja pequena ou grande, ainda mais sendo esta nessas proporções: John Huss, a Estrela Vega.

 

 

Referências:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação de da Pedagogia: geral e do Brasil. 3ª Ed. Ver e ampli. São Paulo. Moderna, 2006.

CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Tradução: Álvaro Lorencini. São Paulo. Fundação Editora da UNESP (FEU), 1999.

DE MELO, Vitor Reis e QUEIROZ, Renato Siqueira. Intelectuais da Igreja na Baixa Idade Média: nas Universidades in: Revista Acadêmica On Line: Ano 01 – n º 08. 

FOXE, John. O Livro dos Mártires. Tradução: Almir Pizetta. – São Paulo. Editora Mundo Cristão, 2005. 354 p.

HEYWWOD, Andrew. Ideologias Políticas, [v.1]: do Liberalismo ao Fascismo. Tradução: Janaína Marco Antonio, Mariane Janikian. 1ª Ed. 1ª impressão. São Paulo: Ática, 2010. 256 p.

LESSA, Vicente Temudo. Calvino 1509-1564. Sua Vida e sua obra. São Paulo. Editora: Casa Presbiteriana, 280 p.

“João Huss é condenado à fogueira” in: Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo: do incêndio de Roma ao crescimento da Igreja na China / A. Kenneth Curtis, J. Stephen Lang e Randy Petersen ; tradução Emirson Justino — São Paulo: Editora Vida, 2003. 205 p.

MEDINA, Sinval Freitas. Enciclopédia do Curso Secundário. Dicionário de História da Civilização. Organizadores: Álvaro Magalhães e Sinval Freitas, e a colaboração de Aldomera Freitas Medina. Edição 1ª. Porto Alegre: Editora: Globo Porto Alegre, 1972.

MEDINA, Sinval Freitas. Enciclopédia do Curso Secundário. Dicionário de Geografia. Organizadores: Marlene Retamal de Medeiros; Zulma Victória da Silva; Alba M. B. Gomes; Luiz Paranhos de Araújo e Eugênio Oscar de Brito. Edição 1ª. Porto Alegre: Editora: Globo Porto Alegre, 1972.

PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís. História da Filosofia. 13ª edição.  Editores Melhoramentos, 1981. 587 p.

 “Os esforços e sofrimentos dos Pré-Reformadores” in: Revista Defesa da Fé. (Revista de Apologética do Instituto Cristão de Pesquisa). Ano 07 – nº 51, 66 p.

PAHLEN, Kurt. Enciclopédia Titãs; tradução do Professor: J. Coelho de Carvalho; 2 ª edição. Editora: EL Ateneo do Brasil (RJ e SP), Volume VI, 1979. 463 p.

“Wycliffe supervisiona a tradução da Bíblia para o inglês” in: Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo: do incêndio de Roma ao crescimento da Igreja na China / A. Kenneth Curtis, J. Stephen Lang e Randy Petersen ; tradução Emirson Justino — São Paulo: Editora Vida, 2003. 205 p.

Filme:

John Huss, diretor: Michael Economou, Gateway Films, 1977.

  

 


[1] Segundo Sinval Freitas Medina: “Partidários das ideias de Huss, líder religioso tcheco executado como herege em 1415. A morte de Huss deu origem à chamada guerra dos Hussitas, sangrento conflito que os nacionalistas tchecos sustentaram contra o Império Germânico de 1415 à 1471. O movimento hussita, revestido de caráter religioso, abrigava os anseios do povo theco de se libertar da tutela imperial. Vitoriosos no início, os Hussitas, a partir de 1433, sofreram sucessivas derrotas, mas resistiram até 1471” (MEDINA, 1972, 188 p.).