O USO DO LÚDICO NA TERAPIA OCUPACIONAL

O USO DO LÚDICO NA TERAPIA OCUPACIONAL

ANA PAULA QUINTANILHA BASTOS DE JESUS

 

 

                                                                                                                                          

 

 

 

 

O USO DO LÚDICO NA TERAPIA OCUPACIONAL

 

 

 

 

 

 

 

 

TABOÃO DA SERRA SÃO PAULO

2016

 

 

 

Dedico este trabalho a minha família que sempre me apoiou fortalecendo-me principalmente nos momentos de muita fragilidade.       

 

 

AGRADECIMENTOS

 

Agradeço primeiramente a Deus por me dar saúde para seguir em frente com meus familiares e amigos que de uma forma ou de outra contribuíram para a minha caminhada neste processo. Aos nossos professores pela paciência e sabedoria transmitida em nossos encontros, pelas inúmeras contribuições acerca da cultura, energia sabedoria e Fé.

 

 

SUMARIO

 

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................07

1. A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM NA TERAPIA OCUPACIONAL......................................................................................................... 07

1.2 O BRINCAR NA TERAPIA OCUPACIONAL...........................................................................................................09                                                                                                            

2. A BRINCADEIRA COMO RECURSO TERAPÊUTICO.........................................................................................................11

3  A TERAPIA OCUPACIONAL E A EQUIPE  CLÍNICA DO HOSPITAL................................................................................................................14

CONCLUSÃO................................................................................................................17

REFERÊNCIAS............................................................................................................18

 

 

INTRODUÇÃO

 

O trabalho com brincadeira e música nos tratamentos se faz necessário uma vez que é diagnosticado o problema de defasagem, a utilização de recursos lúdicos adotados pelos Terapeutas Ocupacionais torna-se um relevante objeto de estudo, à medida que devem contribuir para o desenvolvimento integral do tratamento.

 Muitos estudos têm sido realizados sobre o tema e analisar suas contribuições para o tratamento da terapia com música e brincadeiras pode vir a aprimorar a prática diária dos terapeutas.

A presente pesquisa pretende analisar a utilização dos recursos adequados para a promoção de um tratamento de qualidade para os alunos e a todos, com vista para a melhoria do tratamento oferecido em instituições de ensino. Cabe às instituições médicas  planejar suas ações e escolher as experiências adequadas para que se atinjam os objetivos esperados desta etapa do atendimento.

O brincar é uma atividade lúdica que pode e deve ser desenvolvida nos hospitais, já que permite a criança desenvolver-se em diversos aspectos como: cognitivo, social, físico, motor, além de representar momentos vivenciados anteriormente a partir da brincadeira. O brincar é uma experiência diferenciada das outras, por utilizar recursos nos atendimentos diversificados, além de propiciar as crianças momento de vasto conhecimento e por possibilitar categorias de experiências agrupadas por modalidades de brincadeiras.

Assim ao tomar conhecimento da importância do brincar para o desenvolvimento integral da criança, o profissional deverá começar a realizar adaptações quanto à organização do ambiente para o atendimento, a sua prática de terapia e métodos de mediação entre as brincadeiras e o atendimento.

 Além de outras ações necessárias para proporcionar descobertas, aprendizagens e a partir disso possibilitar às crianças desenvolverem e ampliarem novas capacidades e com isso conquistar e aprimorar seu trabalho como Terapeuta Ocupacional.

 

 

1. A LUDICIDADE COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM NA TERAPIA OCUPACIONAL

 

Quando se pensa no cuidado à criança hospitalizada numa perspectiva de atenção integral, não se pode limitar-se às intervenções medicamentosas ou às técnicas de reabilitação.

 Em geral, a hospitalização acontece em um momento de crise, por complicações da doença crônica ou aguda ou por complicações de outras patologias, independente do motivo, sempre será uma situação diferente para a criança. (CARLO; QUEIROZ, 2009). De acordo com a citação acima fica bem claro o quanto é importante fazer o uso do lúdico nos tratamentos, pois as crianças hospitalizadas necessitam que essa fase seja mais leve para concluir o tratamento. 

As crianças têm seu cotidiano modificado pelas frequentes hospitalizações, pelos limites ditados pela doença e tratamento, que vem a ocasionar mudanças principalmente no processo de escolarização, pois algumas doenças, especialmente as crônicas, promovem alterações orgânicas emocionais e sociais que exigem constantes cuidados e como todo ser humano a criança pode ter seu comportamento modificado e sua reação, diante dessa experiência desconhecida. (Maria Aparecida Vieira, Regina Aparecida Garcia de Lima)

A terapia ocupacional é um campo de intervenção em saúde, na educação e na esfera social cuja atuação é fundamental na assistência a saúde integral da pessoa, sendo o terapeuta ocupacional, o responsável por analisar e promover a vida ocupacional do indivíduo em seus diferentes aspectos. Há perspectiva deste profissional no contexto hospitalar ser voltada para sua atuação como promotor da saúde e da qualidade de vida ocupacional durante o período de internação. Além de desenvolver programas de intervenção que possa abranger a complexidade dos aspectos referidos, o terapeuta ocupacional busca investir na ambientação, humanização e no cotidiano da clientela internada no hospital.

A humanização é uma estratégia de interferência no processo de produção em saúde e leva em conta que a transformação real acontece pela mobilização de sujeitos sociais e suas realidades, essa humanização vem junto com o lúdico para amenizar um pouco os Terapeutas Ocupacionais usam muito essa ferramenta.

O lúdico é uma prática usada pelos profissionais da Terapia Ocupacionais com o intuito de aprimorar o atendimento no ambiente hospitalar. O terapeuta também pode ser considerado um Educador que vem de encontro às necessidades das crianças que estão internadas. O fato de o lúdico ser usado em paciente infantil é justificada por (Martins et AL 2001, p.1), quando diz que “brincar é a atividade mais importante da vida da criança”. Com a brincadeira, a  criança sente-se mais animada e pode dialogar com o terapeuta e o mesmo pode troçar metas para em quase toda a etapa do tratamento.

Muitas vezes as crianças buscam outras formas que pode ser o brincar, isso é de grande valia ao terapeuta, que  pode destacar: o desenho, o contar e recontar histórias o fantasiar usar a imaginação utilizando os fantoches bem como as pinturas  e os jogos de memorização tudo que seja do mundo da criança.

Uma das coisas  que inibe o comportamento da criança hospitalizada são as regras e os regulamentos. Essa internação sempre traz transtornos à vida da criança e altera a rotina diária do ambiente familiar e para alguns casos muda de maneira do brincar. A atividade lúdica vem de encontro a minimizar o sofrimento das crianças que está internada.

Através do brincar e que a criança passa a conhecer a funcionalidade de sua internação e como funciona o hospital mesmo que seja fantasiada, pois só assim se torna mais leve esse processo.

Durante a brincadeira o Terapeuta pode analisar as informações obtidas durante a internação, pois se sabe que a criança hospitalizada valoriza muito o brincar e assim o terapeuta tem condições de progredir com o tratamento reestabelecendo o físico e o mental da criança nesse momento. Transformando tudo em um grande teatro, torna bem mais alegre o ambiente, oferecendo melhores condições nos atendimentos, e também a equipe que está atuando naquele momento difícil da criança.

Dessa maneira diminuindo o nível de ansiedade, raiva e temores, seus fantasmas criados em sua mente ao saber que terá que ficar internada ou, seja hospitalizada. O uso do brinquedo no tratamento tem a função de aproximar a criança a seu medico, uma vez que na cabeça da criança o medico pode ser considerado um monstro.

De acordo com essa visão e que podemos destacar o trabalho dos doutores da alegria, um projeto que visa diminuir o sofrimento da criança internada, amenizando o sofrimento através de um sorriso. Essa atividade diminui o estresse e ajuda nos procedimento do terapeuta, esse projeto é composto por doutores que se vestem de palhaços para trazer um pouco de alegria para as crianças que estão hospitalizadas.

 

1.2 O BRINCAR NA TERAPIA OCUPACIONAL                                                                                                              

 

 Os resultados encontrados nesta questão corroboram com os estudos de Carvalho e Begnis (2006), que apontaram que o brincar vem sendo reconhecido pela sua função terapêutica, pois modifica o ambiente, o comportamento e, principalmente, o psicológico da criança no seu tratamento.

O lúdico é percebido por alguns como instrumento para garantir a própria aceitação do tratamento. É visto como veículo de comunicação no sentido de levar a informação, relativa ao adoecimento e tratamento (MITRE; GOMES 2004).

A Terapia Ocupacional atua com essas crianças através do brincar e tem como principais objetivos elaborar experiências desagradáveis ou traumáticas a fim de minimizar angústias, desviar a atenção da criança, da situação da hospitalização, atender as necessidades orgânicas, físicas e emocionais da criança e dos familiares, e proporcionar por meio das brincadeiras, a continuidade de seu desenvolvimento global (DOMINGUES; MARTINEZ, 2001).

Sempre fazendo uso da ludicidade nessa parte do tratamento fica mais brando a todos e para a família também.

Segundo Ferland (2006) o fato de brincar favorece o desenvolvimento da capacidade e do prazer de agir na criança, além de contribuir para um sentimento de bem-estar.

 Neste contexto, o brincar, também, pode proporcionar uma fuga das pressões da realidade para aliviar sofrimento e funciona como relaxamento das tensões da hospitalização (SILVA, 2006).

A criança que brinca parece não estar tão doente (mesmo que num breve espaço de tempo). O lúdico é percebido como uma possibilidade de se construir algo de positivo em um momento de tantas perdas. (MITRE; GOMES, 2004). Essa fase do brincar já faz parte da vida da criança desde os primeiros anos o mundo de fantasia faz parte da vida da criança e é essa fantasia que ajuda muito nos tratamentos.

Ao presenciar seus filhos brincando, os pais deslocam o foco de seu pensamento para além da doença, pois essa atividade, segundo Junqueira (2003, p. 196) “revela um aspecto saudável da criança, o qual pode ser percebido pela mãe que, por sua vez, também se sente menos ansiosa”.

Elaborar os aspectos da enfermidade e de sua consequente internação é algo fundamental para a criança e a mãe, e o brincar apresenta-se como um espaço apropriado para fazer falar sobre a singularidade do processo de hospitalização (JUNQUEIRA, 2003). Além disso, proporciona o estabelecimento de relações de confiança com outras crianças, com os adultos e a própria mãe, junto com a equipe médica e com os familiares e assim tornar o ambiente mais agradável traz grandes resultados para as crianças que estão hospitalizadas.  

No momento que a criança está internada precisa sentir-se protegida num lugar com muita harmonia para garantir o sucesso do tratamento. Muitas vezes o brincar no hospital tem sendo visto como mais uma ferramenta  para auxiliar o profissional, mas no decorrer do processo ficou claro que é uma ferramenta que veio agregar para o progresso do tratamento.

Sendo assim garantir as crianças o direito de brincar mesmo estando internado, garantir também o direito de sonhar, sorrir e se divertir pode diminuir um pouco as  dificuldades no tratamento isso faz uma grande diferença e constrói um elo afetivo entre o terapeuta e acriança.

 

2.1 A BRINCADEIRA COMO RECURSO TERAPÊUTICO

 

O lúdico é uma situação em que a criança revela maneira própria de ver e pensar o mundo, aprendendo a relacionar-se com outras pessoas, aprimorando assim novas descobertas.

O ato de brincar é uma das principais a atividades desenvolvidas na infância, em que a criança constrói novas aprendizagens, expressa sentimentos, emoções, desejos e necessidades. Segundo Santos (1995) o brinquedo ou o ato de brincar é sem dúvida uma das principais atividades das crianças uma vez que o brinquedo constitui a essência da infância como a principal atividade realizada por elas.

Portanto, faz necessário que tenha a compreensão da importância do brincar na dinâmica da instituição infantil, a fim de favorecer o desenvolvimento integral bem como ajudar a construir novas descobertas a partir dessa atividade lúdica e educativa. O brincar é necessário para o desenvolvimento cognitivo, pessoal, social, já que vai além das emoções e da sensibilidade, pois atua também no domínio da inteligência cooperando para evolução infantil. (1993. MACHADO).

 As brincadeiras quando as crianças estão hospitalizadas é  uma atividade que pode ser  observada através das atividades dos Doutores da Alegria, ao  brincar a criança libera sua capacidade de criar e reinventar o mundo libera afetividade e é  através do mundo mágico do "faz de conta"  que a crianças explora seus próprios limites e parte para uma aventura que poderá  levá-la ao encontro de si mesma.

 (CUNHA, 1994) que fazem um excelente trabalho junto com os Terapeutas Ocupacionais e com toda a equipe médica em prol da recuperação das crianças em tratamento.

É fundamental considerar sempre o ato de brincar como meio importante para oportunizar a criança a vivenciar grandes descobertas, lembrando que o brincar é um direito de todas as crianças, e este direito é reconhecido em declarações e leis. Então esse direito deve ser cumprido nas instituições de educação infantil entendendo-o como essencial e importante para inserção das crianças ao meio em que vivem, visto que o ato de brincar é uma atividade natural, espontânea e necessária da própria criança, possibilitando o uso da imaginação, criatividade e um repertório de descobertas de antigos e novos conhecimentos. (1993, MACHADO).

Não se pode  garantir esse direito só por que está nas leis. O brincar deve fazer parte da vida das crianças em todas as fases da infância, pois o brincar garante o verdadeiro aprendizado para vida adulta.

A brincadeira de faz de conta, segundo Kishimoto (2002), é um exercício que trabalha muito a imaginação infantil, permitindo nessa fase de vida desenvolver vários conhecimentos.

A criança tem a oportunidade de imaginar, criar, socializar-se com outras crianças, pois a brincadeira é a ação que a criança desempenha ao mergulhar no mundo mágico do lúdico, contribuindo na construção do conhecimento infantil. Esta atividade lúdica que é o brincar é muito positiva para o desenvolvimento integral infantil, uma vez que leva a criança a tornar-se mais flexível e buscar alternativas de ação, esse processo traz efeitos positivos aos aspectos: corporal, moral e social.

Ao permitir a prática do brincar na escola, a criança tem a capacidade de construir representações cognitivas, desenvolver ações motoras e a partir das interações trabalharem a socialização, porque as brincadeiras realizam duas funções importantíssimas: a lúdica que propicia diversão, prazer e a educativa que permite a construção de conhecimentos, mas para isso acontecer é necessário que o adulto propicie espaço e tempo para trabalhar a construção do real pelo exercício da fantasia, ou seja, criar novas relações entre situações no pensamento e situações reais

 

De acordo Seber (1999), o brincar é essencial para o desenvolvimento psicológico da criança, pois ela se empenha, concentra-se durante essa atividade favorecendo aprender a andar, a falar, assim como a sua socialização e a construir novas experiências.

Ao brincar a criança atribui significados aos objetos distintos, qualquer coisa pode ter outros sentidos, esses comportamentos permitem o desenvolvimento na medida em que são explorados divertimentos, prazeres, aprendizagens, podendo desfazer e construir objetos.

Nesse processo que é a brincadeira, a imaginação e a criação acionam o pensamento da criança para a resolução de problemas experimentando o mundo e internalizando uma compreensão sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos. (1993, MACHADO).

Quando brinca a criança entra no mundo imaginário e esquece um pouco o cotidiano, nem mesmo se preocupa com a assimilação do conhecimento o qual gera novas aprendizagens, que acontecem sem que elas percebam, sendo importante instrumento em seu desenvolvimento e principalmente um fator fundamental na construção do conhecimento.

Conforme afirma Seber (1999, p. 55): “A conduta de viver de modo lúdico situações do cotidiano amplia as oportunidades não só de compreensão das próprias experiências como também de progresso do pensamento”. Diante disso, percebe-se que a criança se apoia na imaginação que é proporcionada pela atividade lúdica que é o brincar para produzir momentos do dia-a-dia, e assim quanto maiores forem oferecidas condições de brincadeiras mais progresso alcançará o seu pensamento.

 

Em virtude desses progressos no nível de representações interiores, o brincar reflete uma etapa superior de elaboração. A criança brincando por tempo mais prolongado e ajustado suas ações aos pormenores vividos no cotidiano faz seu pensamento evoluir cada vez mais. (SEBER, 1999, p.58). 

 

 

3  A TERAPIA OCUPACIONAL E A EQUIPE  CLÍNICA DO HOSPITAL

 

 

DE CARLO E LUZO ANO deixa claro, que essas modernidades tanto podem ser para ajudar ou prejudicar o profissional deve antes fazer algumas considerações junto a toda equipe médica bem como com os familiares do paciente, só depois desses levantamentos é que poderá atuar junto ao paciente e assim traçar seu plano de atuação para iniciar o atendimento.

Pode-se observar que o terapeuta não trabalha sozinho, então acredito que sim, existe uma reabilitação no ambiente hospitalar uma vez que haja uma verdadeira harmonia entre toda equipe e que trabalhem juntos em prol de uma reabilitação do paciente. Para concluir a atuação do Terapeuta Ocupacional vai muito além do atendimento uma vez que os familiares também estão nesse ambiente e requer uma atuação junto a eles como, por  exemplo, atividades para autoestima, pois a situação já é difícil então tudo que for para amenizar o sofrimento é valido.

 Diminuir um pouco o sofrimento e a angústia do que vem pela frente tanto do paciente com dos familiares ajuda muito o tratamento médico. Uma vez que estão fora do ambiente familiar então cabe ao Terapeuta proporcionar um ambiente o próximo do cotidiano do paciente e assim garantir um atendimento adequado visando o bem estar de todos nesse momento.

Toda a equipe clinica  adota  a forma humanizada de se tratar a criança, leva em conta às condições médicas de cada criança, levam a um aumento dos benefícios à saúde destes (MITRE; GOMES, 2004). Implantando uma maneira de atender na saúde exige a os olhares de todos envolvidos no processo de atendimento das crianças.

Ter ajuda de todos os profissionais ajuda muito no tratamento, pois toda a ajuda é muito importante para atingir um bom resultado e  deve-se buscar a capacitações para ter uma equipe toda formadas para melhor atender a todas as crianças  e a todos da família que necessita de um apoio no momento da internação.  No hospital, o terapeuta   ocupacional compõe a equipe multiprofissional, que atua de forma a oferecer o melhor atendimento à criança.

A necessidade de se ter uma equipe qualificada para a promoção do brincar faz pensar que tal promoção, embora vise o lúdico, não é uma atividade simples. Toda a instituição deve estar envolvida nesse processo, do gestor ao auxiliar de enfermagem, para que se construa gradativamente um modelo de atendimento que cada vez mais contemple a complexidade do adoecer e a singularidade de cada indivíduo (MITRE; GOMES, 2007).

Utilizar o lúdico como recurso de intervenção requer uma formação específica, para que se possa, através da promoção do brincar, criar um espaço de desenvolvimento de vivências de situações desconhecidas através de elementos que sejam do domínio da criança. Carvalho e Begnis (2006, p. 111) relataram que: “O brincar pode servir como elo entre a criança e os profissionais de saúde, enfocando não apenas a atividade desenvolvida, mas o tipo de relação estabelecida”.

Para Leite e Strong (2006) a relação entre os profissionais é uma questão importante para que exista assistência hospitalar e humanizada. Se essa interação amigável existe, o sucesso do tratamento pode ser mais garantido.

É neste contexto que a Terapia Ocupacional tem uma importância especial, proporcionando a criança o resgate de sua dimensão ocupacional pela manutenção da ação; da criação; da expressão e da transformação a partir de seus hábitos cotidianos; de suas condições físicas, afetivas e sociais, tornando-a assim, não só o alvo, mas também o sujeito da ação terapêutica (LIMA; RABELLO; GUERRA, 1998).

O lúdico surge como um contraponto às experiências dolorosas e à dor da hospitalização, permitindo a criação de nova rede social e a possibilidade de sair do isolamento que a internação provoca (MITRE; GOMES, 2006).

Esse tipo de intervenção propicia bem estar para equipe, família e a criança. A criança retira como aprendizado, a aceitação de suas limitações (sejam elas físicas ou emocionais) e frustrações, consegue lidar melhor com certas características dela mesma, além de exercitar e aumentar seu leque de relação com pessoas e objetos, ( PELISSARI, D. C.; GIARDINETTO, A. R. S. B, Tcc_a_to_e_o brincar_na_enfermaria_pediatrica).

A Terapia Ocupacional em conjunto com todos os integrantes que compõem a equipe hospitalar proporciona uma nova visão deste espaço terapêutico e da dimensão ocupacional da criança, promovendo o seu desenvolvimento global. Nesse sentido, é preciso ressaltar a importância de uma equipe multidisciplinar e no tratamento às crianças hospitalizadas, além do estabelecimento de uma comunicação sistemática entre seus profissionais (LEITE; STRONG, 20006).

Há a necessidade de um empenho para a realização de um trabalho conjunto e coeso, envolvendo diversos agentes, significando a visão interdisciplinar, umas integrações entre os diversos  ramos do conhecimento cientificam, para que se possa ter uma compreensão e interação mais ampla sobre os pacientes. (LEITE; STRONG, 2006).

O cotidiano dos profissionais que trabalham em hospitais demanda um desgaste mental acentuado, pois o dia a dia dessas pessoas é caracterizado pelo contato intenso com doenças e com a morte (PIRES, 1996).  Diante da dor e da possibilidade de morte, a promoção do brincar talvez possibilite a toda equipe viver uma experiência diferente com as crianças. Assim, ao invés de lidar apenas com a incapacidade, podem ter a possibilidade de estabelecer outro tipo de relação com seus pacientes, em que por meio do processo lúdico se privilegie o saudável e o prazeroso.

De acordo com BETTELHEIM (2005) para que a criança se desenvolva de maneira satisfatória, é necessário que além de pessoas que se ocupem com seus cuidados, que ela também participe de experiências significativas que a coloquem em contato com suas realidades.

O trabalho com o lúdico oferece sob esta ótica os elementos necessários para que ela desenvolva todos os aspectos de sua personalidade, fazendo-a participante do seu próprio processo de construção e possibilitando sua melhor integração com as pessoas a sua volta e a sociedade na qual está inserida.

Percebe também que a família tem um papel de suma importância para um bom desenvolvimento, seja cognitivo, social e cultural, bem como usar o recurso à parceria com o profissional e assim ajudar nas dificuldades de aprendizagens das crianças no inicio do tratamento, ou seja, nessa etapa utilizar o lúdico é muito importante, pois nessa etapa do aprendizado a criança ainda usa muito o brincar e o fantasiar para aprender, valorizar o conhecimento prévio da criança é muito importante para a evolução do tratamento, e assim torná-la um adulto reflexivo e participativo consciente dos seus diretos como membro integrante da sociedade.

 

Mulligan (2003) aponta que uma das maiores contribuições da Terapia Ocupacional é o levantamento sobre as possíveis barreiras que estão impedindo o desempenho ocupacional do paciente e seu posterior planejamento da intervenção, o que agrega valor ao trabalho em equipe. No entanto, é preciso ressaltar que o processo avaliativo deve ser ainda mais amplo, e demonstrar não só as dificuldades e/ou deficiências da pessoa, mas apontar também suas habilidades e capacidades (MELLO et al., 2004).

 

De acordo com essa citação fica claro, que ainda temos muitos empecilhos para que a atuação do Terapeuta Ocupacional no contexto hospitalar venha desenvolver uma atuação dentro do esperado.

Percebe-se  que faltam políticas públicas que venham implantar essa atuação de acordo com as normas vigentes da saúde.

 

 

CONCLUSÃO

 

Vale ressaltar que a atividade lúdica deve acontecer  de forma livre, ou seja, que as próprias crianças  escolham do que queiram brincar, sem necessariamente existir um profissional e/ou professor. Podem-se propor atividades, tanto individuais quanto em grupo.

Em relação à promoção do lúdico nas práticas de intervenção terapêutica, os profissionais da área  relataram que tal ação surgiu a partir da constatação de que para se lidar com crianças seria necessária uma adequação de suas rotinas.

Lembrar que qualquer atividade pode virar um brinquedo pela criança principalmente a que estão internadas, ajuda muito usar a imaginação da criança, sendo qua considera o terapeuta um amigo que pode fazer parte dessa brincadeira e até mesmo do faz de conta, que para a criança é muito importante, pois vai se sentir segura para os procedimentos que terá que enfrentar.

Portanto a atividade lúdica é utilizada sempre que for necessário para diminuir um pouco o temor do momento.  Sendo que o terapeuta constrói suas estratégias para cada caso que está atendendo. Nesse momento ele pode usar a música, os fantoches, tudo que for possível para humanizar o tratamento, até mesmo teatralizar um procedimento, tudo através de uma linguagem que a crianças entenda, pois só assim que se chega a um resultado satisfatório no ambiente hospitalar. Em relação aos doutores da alegria é evidente o avanço que se tem no tratamento das crianças internadas, sempre após uma apresentação os procedimentos ficam bem mais leve para a criança.

Adotar o brincar num procedimento hospitalar ainda nos dias de hoje requer o empenho de nossas políticas publica que muitas das vezes não concordam com essa atividade em hospitais, para tanto essa pesquisa requer continuidade e assim trazer mais contribuições para futuros trabalhos para enriquecer o nosso aprendizado como futuros terapeutas.

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

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AIRES, Philippe. A Criança e a Vida Famíliar no Antigo Regime.Tradução de Miguel Serras Pereira e Ana Luísa Faria.Rélogio D´Água,1988.

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DIAS, Elisa do Rosário Fernandes. Pedagogia do Imaginário Infantil: Análise da Região de Trás-os-Montes. Lisboa: Instituto Piaget, 2008.

FONTANA, Roseli. Psicologia e trabalho pedagógico. São Paulo: Atual, 1997.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O Brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

Maria Aparecida Vieira, Regina Aparecida Garcia de Lima. Crianças e adolescentes com doença crônica.

MINAYO, M. C. de S. (Org.). Pesquisa Social: teoria, método, e criatividade. RJ: Vozes, 2007.

PONTES, Verônica Maria de Araújo. O Fantástico e Maravilhoso Mundo Literário Infantil. Curitiba: CRV, 2012.

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SANTOS, Santa Marli Pires. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

SEBER, Maria da Glória. Psicologia do pré-escolar. São Paulo: Editora Moderna, 1999.