Avaliação da aprendizagem nos dias atuais

Avaliação da aprendizagem nos dias atuais

                      AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NOS DIAS ATUAIS

 

                                                                                                                            Veronice da Silva Guedes1

 

  RESUMO

 

Este artigo enfatiza o papel da avaliação da Aprendizagem na Unidade escolar e na formação do discente como colaboradora no processo de formação dos mesmos, trazendo uma reflexão no intuito de mediar sobre sua importância. É um estudo embasado na pesquisa bibliográfica com concepções de Freire (1997); Rodrigues (2003); Saviani (2005), dentre outros. Vivenciamos um processo de transformações com o desafio maior de nos adaptarmos às exigências e competências do futuro. Nos dias atuais, o mercado de trabalho abrange e exige formação aperfeiçoada em suas funções, principalmente quando se refere à área educacional. A presença de uma visão voltada para a qualidade de ensino somada ao docente que transmite em seu papel de multiplicador de conhecimentos e saberes e que, promove a formação e motivação em seu aspecto teórico, levando a uma prática satisfatória. É preciso, pois buscar a parceria de um desempenho transformador e de caráter mediador, socializando e interagindo com êxito todo o trabalho Pedagógico, inserido neste processo de Ensino aprendizagem.  É com esse olhar de multiplicador docente que o presente artigo focaliza o papel do profissional que atua na área de educação. O contexto educacional em nosso país trás uma realidade ampla e polemica quando falamos em educação de qualidade e avaliação da aprendizagem, levando a uma reflexão de caráter argumentativo propostos em nossas escolas de que ensinar é fácil, difícil é o aprender e saber avaliar.

 

PALAVRAS CHAVE: Ensino; Avaliação; Docentes; Discente.

 

1Psicopedagoga no Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP); Aluna no curso de especialização em Supervisão e Orientação do CINTEP. Cursando Mestrado na UNIVERSITY ANNE SULIVAN; Apresentou trabalho em uma conferência, intitulado “A abordagem das relações de gênero nas políticas e nas práticas pedagógicas do CREI EL SHADDAY. No I Seminário sobre Relações de Gênero na UFPB no ano de 2008

 

  ABSTRACT

 

This article emphasizes the role of evaluation in school Learning Unit and the formation of the Student, as a collaborator in the same training process. Bringing a reflection in order to mediate the importance of this evaluation. It is a study grounded in  the  literature,  such  as  conceptions  of  Freire  (1997),  Roberts  (2003);  Saviani (2005), among others. Experienced a process of transformations with the biggest challenge of adapting to the demands and responsibilities of the future. Nowadays, the job market demands and covers training perfected in their duties. Especially when it comes to educational area. The presence of a focused vision for the quality of  education  added  to  the  teacher  who  transmits,  in  his  role  as  multiplier  of knowledge and learning and that promotes training and motivation in its theoretical aspect, leading to a satisfactory practice. Seeking partnership in a transformer and character   of   mediator   performance.   Socializing   and   interacting   successfully throughout the Pedagogical work, returned to their students, entered into this Teaching learning process. It is with that look of teaching multiplier that this article focuses on the role of the professional training of teachers. The educational context in  our  country  brings  a  wide  controversy  and  reality  when  it  comes  to  quality education and learning evaluation, leading to a reflection of argumentative character proposed in our schools that teaching is easy, it is difficult to learn and know how to evaluate.

 

KEY WORDS: Education; Evaluation; Teachers; Student .

 

INTRODUÇÃO

 

Este artigo tem por objetivo a discussão do tema “A Avaliação da Aprendizagem nos dias Atuais”, trazendo uma reflexão sobre a formação do educando. Pretende-se discutir aspectos acerca de como construir a avaliação e quais atributos e entraves são encontrados no decorrer desse processo.

Observa-se que a formação inicial para o educando tem permitido encontrar lacunas, tanto no campo da aprendizagem, quanto da didática. Esta pesquisa trazinformações relevantes a respeito da avaliação no intuito de motivar os profissionais da área de educação ao conhecimento de mesma e de como ela deve acontecer no processo de ensino aprendizagem. É importante que esse processo seja valorizado e contemplado em sua real importância.

Sendo assim, o ato de levar a compreensão, antes de adentrar no objetivo, fez-se breve explanação a respeito de conceitos de Avaliação da Aprendizagem como processo de forma a construir uma avaliação de origem educacional baseada na valorização e no respeito com atributos relevantes a vivencia e cultura do próprio individuo.

A Avaliação é um componente básico do processo de ensino, que tem por objetivo verificar e qualificar os resultados obtidos no decorrer desse processo. Suas características refletem a unidade dos objetivos, conteúdos e métodos utilizados pelo professor ,bem como auxilia no desenvolvimento de capacidades e habilidades do educador e educando, possibilitando a revisão do plano de ensino, refletindo valores e expectativas do professor em relação aos alunos.

Existem alguns equívocos relacionados à avaliação, são eles: reduzir o aluno a memorização; utilizar a avaliação com recompensa ou punição; confiar a avaliação somente à qualificação e rejeição das medidas quantitativas.

A avaliação também tem três funções pedagógicas: a função didática, que se refere ao papel da avaliação no cumprimento dos objetivos gerais e específicos da educação escolar; a função de diagnóstico, que identifica progressos e dificuldades dos alunos e atuação do professor e a função de controle, meio através do qual se verifica freqüência, verificação e qualificação dos resultados obtidos no decorrer do processo.

Ao  avaliar o  professor  deve  utilizar  diversas  técnicas  e  instrumentos que possibilite diagnosticar o começo, o durante e o fim de toda a prática ou processo avaliativo, sendo assim a verificação do progresso de aprendizagem. Avaliar é uma tarefa didática necessária ao desenvolvimento do docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de aprendizagem dos alunos.

Deste modo os resultados são esperados com o objetivo de constatar progressos e dificuldades redirecionando os ajustes necessários aos docentes, pais e familiares que unidos irão percorrer para obterem sucesso no ensino-aprendizado dos estudantes e de seus filhos, desafio que todos devemos ter na responsabilidade de uma educação de valor e de conduta satisfatória ao crescimento e conhecimento adquiridos na trajetória a aprendizagem.

 

1 A EDUCAÇÃO BRASILEIRA: Uma breve Retrospectiva

 

A educação como base de toda uma sociedade traz as principais ferramentas para construir, somar e promover o crescimento e desenvolvimento na formação do docente e na aprendizagem do discente. De acordo com o filósofo teórico da área da pedagogia René Hubert em textos de assuntos disciplinares e trabalhos acadêmicos enfatizam a educação como um conjunto de ações e influencias exercida voluntariamente por um ser humano em outro, normalmente de um adulto em um jovem. Essas ações pretendem alcançar um determinado propósito no individuo para que ele possa desempenhar alguma função nos textos sociais, econômicos, culturais e políticos de uma sociedade.

Saviani (2005) afirma que o surgimento da educação brasileira se deu com a fundação das primeiras escolas; um modelo de educação colonial; uma pedagogia tradicional religiosa, do Rádio Studio rum, implantada de seus cânones e planos, surgidos com regras abrangentes, voltadas às atividades dos agentes ligados ao ensino- desde regras do Provincial, do reitor de Estudos, dos professores etc.

Diante dos conflitos e das transformações surgidas no mundo através da globalização e das novas tecnologias, a família que é à base da formação física e moral do educando é a mais atingida e sofre o reflexo das mudanças, refletindo na escola, na sala de aula. Os professores sentem-se despreparados para lidar com essa problemática e até mesmo para atender as exigências dos estudantes, que estão ativos e pelo desejo por uma formação escolar mais significativa e prazerosa.

 

1.1 O Ensino no Brasil: Importantes Contextos

 

Visando um melhor preparo para os docentes do ensino primário, o Estado criou as Escolas Normais. Criadas pelas precárias condições de ensino e emergente necessidade de substituição dos professores (padres jesuítas).

No tocante ao sistema educacional no período colonial, teve influência direta dos  jesuítas,  que chegaram  ao  país,  no  processo  de  aculturamento  dos  povos nativos, que tinha a finalidade de divulgar o cristianismo e a cultura européia, assim efetivou-se a partir dos colégios e seminários dos jesuítas e a partir da difusão dos valores espirituais e morais da civilização ocidental. Ademais, tratava-se de uma política  educacional  voltada  para  a  elite  não  tendo  intervenção  estatal.  Nesse período só os ricos tinham acesso ao conhecimento, pois não havia vontade de ampliar a educação a classe subalterna.

A literatura jesuíta, apesar de ter pontos negativos, deixou muitas influências positivas para o Brasil. Os jesuítas deram sua contribuição, com restrições. É inegável  a  sua  contribuição  no  que  diz  respeito,  a  educação  brasileira,  a catequização, a expansão territorial, aos valores morais e religiosos, e aos aspectos culturais. Os jesuítas não trouxeram somente a moral, os costumes e a religiosidade Européia, trouxeram os métodos pedagógicos. Eles tiveram um papel muito importante no sistema educacional do Brasil, porém ao longo dos anos as práticas educativas passaram por transformações que visam aprimorar o processo de ensino aprendizagem.

Rodrigues (2013) afirma que no momento político em que no Brasil se questionava o Império, defendia-se o individualismo, a propriedade e a expansão de ensino primário. Daí então a formação de professores era dirigida apenas aos homens e as mulheres cabia atividades do lar.

As mudanças pelas quais o mundo passa na atualidade frente a realidades desafiadoras e complexas requer da escola o repensar de suas ações de maneira que as práticas pedagógicas estejam em contínua e permanente reconstrução. De forma clara e objetiva dentro de um contesto social, motivado ao crescimento pensante na busca de um ensino de valor e de respeito, começando pelos governantes que atuam na defesa e melhorias da educação nas Instituições.

 

2 A ABORDAGEM DA AVALIAÇÃO NA LEI DE DIRETRIZES E BASES

 

Por meio da LDB tomamos conhecimento dos aspectos básicos, dos níveis e das modalidades de educação e ensino, até mesmo dos recursos financeiros destinados à educação. Vale apena enfatizar que ela é um fundamental recurso, pois esclarece o profissional da educação. Conhecer os contextos da LDB é de extrema valia, haja vista que torna o profissional da educação seguro no que diz respeito à luta pelos direitos da classe e dos processos educacionais brasileiro.

A mais recente LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, foi sancionada pelo então Presidente da república Fernando Henrique Cardoso e pelo Ministro da educação  Paulo  Renato.  Em  20/12/1996,  Darcy Ribeiro  foi  o  relator  desta  Lei, baseada no princípio do direito Universal à educação para todos.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) trata acerca da avaliação da aprendizagem no artigo 24, parágrafo V, que diz:

 

A  verificação  do  rendimento  escolar  observará  os  seguintes  critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência   dos   aspectos   qualitativos   sobre   os   quantitativos   e   dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.

 

A  educação  por  meio  de  atitudes  e  ações  deverá  acontecer  com  a participação e colaboração de todos.  Identificar em seu papel que a avaliação é um instrumento de suma importância pedagógica e que de forma contínua é verificado avanço ou não da aprendizagem do discente em uma justificativa associada ao processo de ensino construtivo e identificada em sua fonte de conhecimento. Para isso, a importância de uma Proposta Pedagógica ampla valoriza o estabelecimento de ensino conseqüentemente o nível de aprendizagem é visível e o resultado é eficaz.

A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer preparo técnico e grande capacidade de observação dos profissionais envolvidos. Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na  construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão  da aprendizagem dos alunos.

A avaliação, tal como concebida e vivenciada na maioria das escolas brasileiras, tem se constituído no principal mecanismo de sustentação da lógica de organização do trabalho escolar e, portanto, legitimador do fracasso, ocupando mesmo o papel central nas relações que estabelecem entre si os profissionais da educação, alunos e pais.  Os métodos de avaliação ocupam sem duvida espaço relevantes no conjunto das práticas pedagógicas aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar,  neste  contexto,  não  se  resume  à  mecânica  do  conceito formal e estatístico; não é simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em determinadas disciplinas.

Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo em que  forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina – mas não somente -, à medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as condições individuais do aluno, sempre que possível.

A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informando as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes. Sendo trabalhada em uma linha de pensamento e de relação construtivista, a Unidade Escolar passa a ter uma visão aberta às novas realidades e aceitações, por parte das diversas leis que rege o país.

 

2.1 Tipos de Avaliação

 

Em um processo contínuo, se faz necessário trabalhar os vários tipos de avaliação, em um contexto que viabilize um acompanhamento sistemático, para um melhor desenvolvimento na aprendizagem. Objetivamos três tipos de avaliação, a saber: 1) Avaliação Diagnóstica: É utilizada visando em um âmbito geral identificar e avaliar o conhecimento do discente em suas dificuldades de aprendizagem. Para Santana (1997, p. 33) “permite a averiguar as causas de repetidas dificuldades de aprendizagem”. Esse tipo de avaliação pretende averiguar a posição do aluno face anovas aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes; 2) Avaliação Formativa: na visão de Perrenoud (1999) esta prática de avaliação pode ser entendida como uma prática „contínua que pretenda melhorar as aprendizagens em curso, contribuindo para o acompanhamento  e  orientação  dos  alunos  durante  todo  o  seu  processo  de formação. “É formativa toda  a avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, que participa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo”. Esse tipo de avaliação permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas. (Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos; e por último 3) Avaliação Somativa: essa modalidade, geralmente, é aplicada ao final de cada período de aprendizado, com o objetivo de medir o conhecimento adquirido pelo educando. A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativa e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino. Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares.

 

2.2 Atribuições da Avaliação Educacional

 

Na  visão de  Miras  e  Sole  (1996, p.  375),  os objetivos  da  avaliação são traçados em torno de duas possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um  fenômeno, uma  situação  ou  um  objeto, em  função  de  distintos critérios”,  e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”. Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação prévia. A avaliação, para  este autor, é o processo de  ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem.

Segundo   Bloom,   Hastings   e   Madaus   (1975),   a   avaliação   pode   ser considerada como um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de „papel e lápis‟. É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas educacionais, um processo para determinar em  que  medida  os  alunos  estão  se  desenvolvendo  dos  modos  desejados,  um sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudança deve ser feitas para garantir sua efetividade.

A avaliação educacional pode ser considerada como um dos temas que, ao serem abordados, sempre requerem um exercício de “olhar para o passado” para entender   o   que   reserva   o   futuro.   “Enfim,   terá   de   ser   o   instrumento   do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos” (LUCKESI, 1995, p.43).

A avaliação vivenciada nos sistemas educacionais tem fundamentos, alem de outros elementos que possibilita padronizar na maioria das vezes o rendimento e desempenho  dos  educando  na  língua  portuguesa  como  resultado  na  leitura  e escrita, e matemática explorando o raciocínio. Programas dos governos municipais, estaduais   e   federais   são   trabalhados   nas   escolas   públicas   visando   uma aprendizagem de valor através da pedagogia de projetos.

A avaliação como fonte de ajustes e de rever necessidades de melhorias, através de atividades que traga em sua consistência respostas trabalhadas com o alunado, no decorrer das aulas e com o interesse do docente em seus planejamentos. Sendo norteador em direção ao sucesso avaliativo. Com tudo que se tenha  o  interesse  respaldado  por  parte  dos  profissionais  da  unidade  Escolar, levando ao conhecimento de todos, que o avaliar só será possível se houver a interação de ambas as partes no processo de aprendizagem dos discentes.

 

3.0   O   PAPEL   DO   SUPERVISOR   NA   AVALIAÇÃO   ESCOLAR   E   NOS PLANEJAMENTOS

 

O Supervisor é o profissional responsável por todo o trabalho de acompanhamento e assessoramento nos planejamentos com o docente, visando o melhor crescimento no processo ensino-aprendizagem dos estudantes. Devemos considerar o Supervisor aquele que deverá motivar os professores e comunidade escolar a exercerem suas funções de modo construir e elevar o processo educativo.

De acordo com Girard (1982, p.15):

 

Supervisor – Alguém que vê, olha contempla. Alguém consciente, acordado, atento. A visão, porém se dá numa amplidão de horizontes que apanha toda a circunstância educativa. Supervisionar implica, portanto, numa posição que possibilite a compreensão de uma abrangência que alcance a realidade educativa global.

 

O supervisor Educacional na medida em que é capaz de comandar, orientar, planejar, avaliar e estimular toda uma equipe na busca dos objetivos educacionais estará automaticamente exercendo sua liderança, não de forma autoritária, como ser absoluto em suas idéias e preconceitos, mas como um profissional seguro das orientações,  sugestões  e  concepções  de  sua  prática  pedagógica  defendidas. Quando se tem um espírito de liderança por competência tem a aceitação de todos, que compartilha suas ações. É dever de o supervisor fazer acompanhamentos no individual e no coletivo com os docentes, trazendo para sua prática o desenvolvimento de um trabalho fundamentado no crescimento e conhecimento mutua direcionado a ambas as partes. 

Planejar com o grupo de docentes mensalmente, é uma tarefa atribuída ao supervisor escolar, buscando além do planejar, fazer reflexões e conclusões dos pontos positivos e os de necessidades de trabalhar mais os conteúdos não alcançados pelo estudante.

Podemos afirmar que o profissional da educação deve ser preparado para seguir determinados fundamentos: tais como: “A associação entre teorias e práticas; Aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.”

 

3.1  Avaliação, Supervisão Escolar, Docente e Discente

 

O grande desafio do supervisor é ajudar o docente, capacitando os mesmos em sua formação de forma a não tirar a autonomia em sala de aula. Com práticas necessárias diariamente ouvindo e aproveitando cada sugestão dada e planejando com  atitudes  que  eleve  auto-estima  de  cada  um.  Desempenhar  o  papel  de supervisor em seus planejamentos bem preparados, com objetivo em seus critérios e sondagens. O nosso papel de multiplicador de saberes nos faz prosperar em uma linha de pensamento positivo que a educação é o único caminho para uma vida de sucesso e de conquistas.

A formação do docente visa em um olhar reflexivo e transformador o ato de avaliar  seus  conhecimentos  adquiridos  e  passados em  sala  de  aula  para  seus educandos. Incentivando como sujeitos críticos e multiplicadores a agir com sabedoria em ações pedagógicas, com esclarecimento de suas avaliações.

Segundo Canen (2001), Gandin (1995) e Luckesi (1996), a avaliação é um julgamento sobre uma realidade concreta ou sobre uma prática, à luz de critérios claros, estabelecidos prévia ou concomitantemente, para tomada de decisão. Desse modo, três elementos se fazem presentes no ato de avaliar: a realidade ou prática julgada, os padrões de referencia, que dão origem aos critérios de julgamento, e o juízo de valor.

Desse modo, o educador da atualidade, deve pensar refletir e agir a cerca dos seus métodos e práticas relacionadas à construção do saber e suas potencialidades, objetivando a soma, evitando assim o fracasso escolar; Problemática abordada nas diversas Universidades brasileiras. O processo de conquista do conhecimento pelo aluno ainda não está refletido na avaliação. Para Wachowicz&romanowski (2002),embora historicamente a questão tenha evoluído muito, pois trabalha a realidade, a prática mais comum na maioria das instituições de ensino ainda é um registro em forma de nota, procedimento este que não tem as condições necessárias para revelar o processo de aprendizagem, tratando-se apenas de uma contabilização dos resultados.

Freire ((1993), p.83) destaca:

 

O ato de estudar, de ensinar, de aprender, de conhecer é difícil, sobretudo exigente, mas prazeroso (...). É preciso, pois que os educando descubram e sintam alegria nele embutida, que dele faz parte e que está sempre disposta a tomar todos quantos a ele se entreguem.

 

Vasconcelos (2009) aborda uma visão diferenciada do supervisor, não mais aquele fiscalizador, controlador do professor, mas, um supervisor coordenador articulador do trabalho pedagógico na escola, que trabalha junto aos professores, discutindo com eles os problemas e as possíveis soluções para  a melhoria do ensino- aprendizagem.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A finalidade deste artigo nos remete um segmento reflexivo e de ação norteadora a um olhar de valorização da avaliação, que permite enxergá-la como um processo de transparência e de conhecimentos que precisa ser melhor trabalhado nas instituições de ensino.

A avaliação conceitua a qualidade e prática significantes ao contexto educacional, nas políticas públicas e prioritárias, com dimensões definidas e com metas aliadas ao crescimento e condições objetivas na aprendizagem e no ensino, no entanto se faz necessário o investimento nas formações continuadas para Coordenadores  Pedagógicos,  haja vista  que  são  eles  que estão  à  frente  deste trabalho tão importante de acompanhamentos pedagógicos na avaliação da aprendizagem realizada no aprendizado dos educandos.

É por aí que se abre um leque na visão dos educadores que somam ao Supervisor Escolar o crescimento relevante em seus conhecimentos pedagógicos e aos resultados que permite ser positivo. Se objetivarmos algo que se deseja concretizar de forma sucinta e relevante, o resultado será satisfatório. Conclui-se,portanto, que o conceito de uma avaliação nos condiciona a discutir ações que facilite um  melhor aprendizado, como  um  conjunto de  motivação e avanços no coletivo da instituição, levando assim ao sucesso escolar.

A forma como se avalia, segundo Luckesi (2002), é crucial para a concretização  do  projeto  educacional.  É  ela  que  sinaliza  aos  alunos  o  que  o professor e a escola valorizam.

A avaliação é a parte mais importante de todo o processo de ensino- aprendizagem. Bevenutti (2002) diz que avaliar é mediar o processo ensino/aprendizagem, é oferecer recuperação imediata, é promover cada ser humano,  é  vibrar  junto  a  cada  aluno  em  seus  lentos  ou  rápidos  progressos. Enquanto a avaliação permanecer presa a uma pedagogia ultrapassada, a mesma autora diz que a evasão permanecerá, e o educando, o cidadão, o povo continuará escravo de uma minoria, que se considera a elite intelectual, voltada para os valores da matéria ditadora, fruto de uma democracia mascarada e opressora.

Acreditamos que o grande desafio para construir novos caminhos, segundo Ramos (2001), é uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e  autonomizador no  processo ensino/aprendizagem. Desta  forma, estaremos   formando   cidadãos   conscientes,   críticos,   criativos,   solidários   e autônomos. Os novos paradigmas em educação devem contemplar o qualitativo, descobrindo a essência e a totalidade do processo educativo, pois esta sociedade reserva às instituições escolares o poder de conferir notas e certificados que supostamente atestam o conhecimento ou capacidade do indivíduo, o que torna imensa a responsabilidade de quem avalia. Pensando a avaliação como aprovação ou reprovação, a nota torna-se um fim em si mesmo, ficando distanciada e sem relação com as situações de aprendizagem.

Mudar a nossa concepção se faz urgente e necessário. Basta romper com padrões estabelecidos pela própria história de uma sociedade elitista e desigual. Neste sentido, Perrenoud (1993) afirma que mudar a avaliação significa provavelmente mudar a escola. Automaticamente, mudar a prática da avaliação nos leva a alterar práticas habituais, criando inseguranças e angústias e este  é um obstáculo que não pode ser negado, pois envolverá toda a comunidade escolar. Se as nossas metas são educação e transformação, não nos resta alternativa senão juntos pensar uma nova forma de avaliação. Romper paradigmas, mudar nossa concepção, mudar a prática, é construir uma nova escola.

 

REFERÊNCIAS

 

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BLOOM, B. S., HASTINGS, J. T., MADAUS, G. F. Evaluación del aprendizaje.Buenos Aires: Troquel, 1975.

LUCKESI, C.C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14 ed. São Paulo: Cortez,2002.

MIRAS, M. SOLÉ, I. A evolução da aprendizagem e a evolução do processo de ensino  e  aprendizagem  in  Coll,  C.,  PALACIOS,  J,  MARCHESI,  A. Desenvolvimento  psicológico  e  educação:  psicologia  da  educação.  Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

NÉRICI, I. G. Metodologia do ensino: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1977. OLIVEIRA, G. P. de. Avaliação formativa nos cursos superiores: verificações qualitativas   no   processo   de   ensino-aprendizagem   e   a   autonomia   dos educandosDisponível em <www.campus.oei.org>. Acesso em 13 de março de 2015.

PERRENOUD, P. Não mexam na minha avaliação! Para uma abordagem sistêmica da mudança pedagógica. In: NÓVOA, A. Avaliação em educação: novas perspectivas. Porto, Portugal: Porto Editora, 1993.

PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação da aprendizagem – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

RAMOS, P. Os pilares para educação e avaliação. Blumenau – SC: Acadêmica,2001.

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