A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS ELETRÔNICAS PARA O ENSINO DO GÊNERO LITERÁRIO NAS SÉRIES DO ENSINO MÉDIO

A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS ELETRÔNICAS PARA  O ENSINO DO GÊNERO LITERÁRIO NAS SÉRIES DO ENSINO MÉDIO

A IMPORTÂNCIA DAS MÍDIAS ELETRÔNICAS PARA  O ENSINO DO GÊNERO LITERÁRIO NAS SÉRIES DO ENSINO MÉDIO

 

 

RENATA  COSTA FRAGA

 

 

 

Resumo

 

O projeto Cinema na Escola surgiu da necessidade de aproximar a literatura dos livros com o cotidiano dos alunos do 1º ano do ensino médio da escola EE Prof.ª Maria Aparecida Nigro Gava. O cinema é capaz de auxiliar o desenvolvimento da leitura e escrita dos alunos o que é fundamental para nossa sociedade que nossos alunos estejam preparados para trabalhar com ele e isso facilita a aprendizagem de conceitos, na medida em que despertam o interesse, contribuindo para a motivação; revolucionam a maneira de ensinar; auxiliam na preparação dos alunos para o mercado de trabalho; promovem maior interação e autonomia dos alunos; favorecem a comunicação entre os alunos e entre professores e alunos.

Portanto, devemos repensar nosso conceito de “aula” e partir para novos desafios e oportunidades que nos são oferecidas diariamente. À medida que percebermos que a utilização das mídias só vem para somar esforços na busca de uma aprendizagem significativa e consistente, veremos o quanto são importantes, proveitosas e eficazes.

Os títulos filmes terão como base clássicos da nossa literatura brasileira, que estará relacionado ao conteúdo estudado, haverá problematização, reflexão e discussão, preparando os alunos para que sejam leitores críticos e, consciente do conteúdo que esta sendo apresentado.

Quanto às avaliações dos resultados dos alunos envolvidos ocorrerá no final do 3º bimestre, para que sejam avaliadas e reorganizadas as atividades atendendo os interesses e as necessidades dos educandos.

 

 

Palavras chaves: literatura brasileira, filmes, ensino médio, língua portuguesa.

 

 

1. Introdução

Sabemos as ferramentas tecnológicas e as mais diferentes mídias, e, em especial o cinema, vem auxiliar o processo ensino/aprendizagem nas questões do cotidiano trazidas até a sala de aula.

 Diante desse novo perfil social, no âmbito dos processos educacionais, essas ferramentas audiovisuais podem agregar muito valor, tanto como objeto de estudo, quanto como um recurso para articular e potencializar o processo de aprendizagem.

No entanto, a nossa cultura educacional ainda é centralizada no material didático escrito e acaba deixando os recursos audiovisuais em segundo plano, não havendo assim uma completa integração desse recurso.

Um fato bem presente na escola e que grande parte de nossos educandos estão lendo muito pouco, a nossa literatura brasileira, mas estão sempre em contato com as diferentes mídias oferecidas pelo mercado da indústria audiovisual.

Assim, vale a reflexão será que nós, educadores, não estamos deixando de lado essa poderosa ferramenta? Para atender as necessidades de formação da sociedade atual, as instituições escolares devem ampliar e reestruturar seus currículos e contar com novas estratégias e recursos educacionais?

Isso implica na sensibilidade para questões emergenciais como adotar uma cultura que contemple a educação audiovisual, em especial o cinema que, por sua vez, muito tem a contribuir com a sociedade atual: globalizada, conectada com o mundo, rompendo fronteiras de tempo e espaço e com acesso cada vez maior a informações que são disponibilizadas em tempo real, principalmente pelos diferentes meios sociais de comunicação.

 

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

 A inserção das tecnologias de informação na sala de aula é de grande importância, principalmente quando falamos em cinema e vídeo, já que são produtos de fácil acesso e que faz parte do dia a dia do aluno e da sociedade de uma forma geral.

Trabalhar com o cinema, enquanto meios de comunicação, e como instrumentos de educação/formação nas aulas de língua portuguesa ganha grande importância, pois exerce grande influencia e amplia as riquezas de possibilidades educativas sobre os educandos como um instrumento facilitador da aprendizagem.

O tema “o cinema pode estimular/incentivar a prática leitora nos clássicos da literatura em língua portuguesa que fazem parte do currículo do ensino médio" foi escolhido porque muitos alunos ainda têm dificuldades de reconhecer esses recursos e metodologia como forma de reflexão na utilização das mídias como apoio e importante ferramenta em busca da construção conhecimento.

As mídias na escola podem exercer o importante papel de contribuir para que os alunos vivenciem de várias formas as práticas sociais dentro e fora da escola.

Cabe à escola repensar como incluir e utilizar estes recursos dentro da sala de aula e ampliar o leque e opções em seu planejamento para utilizar estas mídias com atividades antes/durante/depois de utilizarem tais recursos.

Integrando as tecnologias à suas práticas diárias, buscando conhecer como utilizá-los, como funcionam, ou seja, acrescentar essas tecnologias em prol de seus alunos.

                .

 [...] trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a

cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no

qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são

sintetizados numa mesma obra de arte

(NAPOLITANO, 2003, p.11).

 

Enfim, a tecnologia educativa é aquela utilizada como recurso e como objeto de ensino, sendo indispensável a sua utilização na prática pedagógica, levando ao aluno a compreender sobre seu papel de protagonista na sociedade letrada de maneira crítica, ética e democrática.

O uso de filmes na sala de aula tem gerado diversos estudos e reflexões sobre seu trabalho e seu desenvolvimento em sala de aula.

Essa reflexão ajuda-nos a entender como as mídias são capazes de auxiliar o desenvolvimento da leitura e escrita dos alunos.

O uso dos filmes deve ser considerado em nossas práticas didáticas como parte de nosso cotidiano, o seu uso pode auxiliar o aluno a identificar as situações comunicativas levando o aluno a identificar seus sentidos e contextos.

 

3. A esfera comunicativa da arte e mídia

Em uma sociedade tão dinâmica e complexa, a escola passou a assumir novas responsabilidades e funções. As rápidas e frequentes modificações da vida atual, causadas, em parte, pelos grandes acontecimentos de repercussão mundial, criaram a necessidade de um novo tipo de ensino. Embora muito se tenha avançado rumo aos verdadeiros caminhos da educação, estamos em um período de mudança social, cultural e tecnológico.

Desta forma, pretenderemos com nossa pesquisa observar como o cinema pode incentivar o processo de leitura, trabalhar com os meios de comunicação não consistem em uma tarefa fácil ou simples de realizar uma vez que envolve em sua prática um ponto de vista novo, que atenda as necessidades de uma verdadeira educação com o foco voltado para o desenvolvimento de competências, e que ao mesmo tempo possa ser flexível, completa, abrangente.

Um dos principais papéis das mídias na educação é garantir mudanças significativas e positivas na aprendizagem dos alunos que resultará na formação do aluno de forma plena e que o mesmo seja capaz de resolver problemas globais e complexos que a vida possa lhe apresentar.

 

Para Napolitano (2006, p.89),

A sala de aula já vem incorporando, e sofrendo a intervenção dos meios de comunicação de massa com a utilização de jornais, revistas, programas de televisão. Porém, é preciso ver que esses meios podem ser considerados como salas de aula, como espaços de transformação de consciência, de aquisição de conhecimentos; que eles dependem de uma pedagogia crítica e que o sucesso dessa pedagogia crítica depende de como vamos ver e ouvir os produtos da indústria cultural.

 

 O desafio de hoje no ambiente escolar é envolver as mídias no processo educacional para desenvolver valores e atitudes que contribuam para a construção da reflexão e do entendimento dos educandos.

 

Para Moran (1995, p. 02),

O vídeo parte do concreto, do visível, do imediato, próximo, que toca todos os sentidos. Mexe com o corpo, com a pele-nos toca e "tocamos" os outros, estão ao nosso alcance através dos recortes visuais, do close, do som estéreo envolvente. Pelo vídeo sentimos experienciamos sensorialmente o outro, o mundo, nós mesmos. O vídeo explora também e, basicamente, o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais (próximo-distante, alto-baixo, direita-esquerda, grande-pequeno, equilíbrio-desequilíbrio). Desenvolve um ver entrecortado -com múltiplos recortes da realidade -através dos planos- e muitos ritmos visuais: imagens estáticas e dinâmicas, câmera fixa ou em movimento, uma ou várias câmeras, personagens quietos ou movendo-se, imagens ao vivo, gravadas ou criadas no computador. Um ver que está situado no presente, mas que o interliga não linearmente com o passado e com o futuro. O ver está, na maior parte das vezes, apoiando o falar, o narrar, o contar histórias. A fala aproxima o vídeo do cotidiano, de como as pessoas se comunicam habitualmente. Os diálogos expressam a fala coloquial, enquanto o narrador (normalmente em off) "costura" as cenas, as outras falas, dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. A narração falada ancora todo o processo de significação.

 

 

 E ao formar leitores críticos que confrontam opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas as diferentes mídias promovem a leitura e produção de textos diversificados melhorando as produções sociais e culturas produzindo as mais diferentes tipologias e gêneros textuais.

Essa familiarização do educando com o cinema trata-se de um desenvolvimento muito rico de informação e de uma forma interativa e incentivadora, pois se trata de um meio que exercer um papel importante no processo de educação e pode transformar o panorama dentro da sala de aula.

 

4. O gênero: texto literário

Toda vez que nos comunicamos, nós o fazemos por meio de um gênero de texto, por mais diversas que sejam as situações de comunicação existentes.

Cada gênero está ligado a um tipo de situação de comunicação que engloba um locutor (quem fala ou escreve) e seu interlocutor (quem ouve ou lê), uma intenção, um momento e um lugar. Sabemos que todas as pessoas envolvidas em um ato de comunicação têm nele um papel determinante, e não apenas quem produz o texto escrito ou falado. A pessoa que ouve ou lê faz mais do que apenas “receber” a mensagem que lhe é enviada: ela interpreta a mensagem, acrescenta-lhe sentidos, atribui-lhe valores, etc., de acordo com sua própria visão de mundo, com seu humor, com o tipo de relacionamento que mantém com fala. Ao conjunto de elemento que compõem um ato de comunicação.

Gênero literário é a categoria a qual pertence uma obra com base em suas características predominantes, que possibilitam o agrupamento por semelhanças. Podem- se reunir as obras literárias em diferentes gêneros: quanto ao conteúdo, á estrutura e, segundo os clássicos, a “maneira de imitação”.

A tentativa de explicar ou classificar os gêneros e tão antiga quanto a arte literária. “A palavra “gênero” (do latim genus–eris) significa “tempo de nascimento, origem, classe, espécie” “. A história da teoria dos gêneros pode ser resumida em três etapas.

 

Clássica: de Platão (427-347 a.C.) no livro III da Republica e Aristóteles (384 – 322 a.C. na Poética ao neoclassicismo (século XVIII);

 

Romântica: da Estética de Hegel (1770 – 1831) aos poetas ingleses;

 

Do formalismo russo: do princípio do século XX aos dias atuais.

 

A classificação dos gêneros literários em lírico, épico e dramático, atualmente aceita, não se distância muito das ideias de Aristóteles, que foram retomadas no Renascimento.

Gênero lírico: caracteriza-se pela manifestação do eu-interior do poeta e pela exposição de sua subjetividade, de sentimentos e emoções vivenciados em seu mundo íntimo.

 Gênero épico: caracteriza-se pela narração (em versos) de grandes feitos históricos. Nesses textos há a presença de um herói que representa a força do coletivo.

Gênero dramático: caracteriza-se por textos escritos para serem encenados. O autor utiliza o discurso direto e dá voz a seus personagens sem a intermediação de um narrador.

As características do texto literário:

Ficcionalidade: os fatos apresentados no texto literário não fazem parte necessariamente parte da realidade. Por isso, diz-se que a ficção, a simulação, a invenção, a fantasia são componentes da Literatura.

Função estética: por oposição a função utilitária, informar, convencer, explicar, etc. do texto não literário. Isso significa que o artista procura representar a realidade a partir da sua visão, interpretando aspectos que julga mais relevantes, sem se preocupar em retrata-lo de modo fiel.  O que se verifica não é a semelhança com o real, mas a interpretação que deles se faz.

Plurissignificação: características que permite que as palavras assumam diferentes significados, nos textos literários.

Subjetividade: a literatura esta associada à expressão pessoal de experiências, emoções, sentimentos, o que lhe confere caráter subjetivo. Essa característica faz com que as informações deixem de ser o centro de atenção do texto literário.

O texto literário caracteriza-se por sua função estética, por seu caráter ficcional, por sua subjetividade e pela sua plurissignificação.

 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Utilizar mídias na educação consiste em uma importante ferramenta que auxilia o processo de ensino e aprendizagem, por tornar a aprendizagem mais significativa facilita a aprendizagem, aumenta a criatividade e a motivação dos alunos tornando as aulas mais atrativas e dinâmicas.

O uso das mídias em especial o cinema pode auxiliar o desenvolvimento da leitura e escrita dos alunos.

  É fundamental na nossa sociedade que nossos alunos estejam preparados para trabalhar com elas, pois isso pode facilitar a aprendizagem de conceitos, na medida em que despertam o interesse, contribuindo para a motivação e a autonomia dos alunos.

             A utilização das mídias só vem para somar esforços na busca de uma aprendizagem significativa e consistente.

Cada vez mais cedo os alunos se convencem sobre a importância das mídias para ampliar seu conhecimento e sua cultura.

Nesta faixa etária o estudante tem maior interesse e curiosidade o que torna mais fácil e rápida o processo de ensino e aprendizagem.

 

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