A Importância da Dança Para Desenvolvimento de Alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA

A Importância da Dança Para Desenvolvimento de Alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA

THE GRENDAL COLLEGE AND UNIVERSITY

PROGRAMA DE MESTRADO INTERNACIONAL EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

 

 

SIMONE SANTANA MENEZES

 

 

A IMPORTÂNCIA DA DANÇA PARA DESENVOLVIMENTO DE ALUNOS TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA).

 

Artigo Científico apresentado como requisito parcial do Programa Mestrado Internacional em Ciências da Educação, pela The Grendal College and University.

  Orientador: Prof. Ms. Lucival P. Costa

 

SÃO PAULO-SP

2016

___________________________________________Artigo Científico Original do

Curso de Mestrado Internacional em Ciências da Educação.

 

A IMPORTÂNCIA DA DANÇA PARA DESENVOLVIMENTO DE ALUNOS TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA).

 

 

SIMONE SANTANA MENEZES.

 

 

RESUMO:

 

Este trabalho de pesquisa bibliográfica, buscou entender a relevância da dança como forma de desenvolvimento de alunos com autismo. Entende-se que todo educador deve buscar conhecimento para melhoria educacional dos alunos, porém quando falamos em autismo, entendemos que são alunos com desordem neurológica no desenvolvimento com comprometimento em interação social, de comunicação e um repertório de interesses. Através desse, buscamos a confirmação que a dança pode ser utilizada como meio pedagógico, enfatizando as relações interpessoais, melhorando a qualidade no circulo social e consequentemente na rotina escolar. Esse trabalho terá como metodologia, a forma descritiva, utilizando o levantamento com variáveis quantitativas conforme descrito Lakatos (1997).

 

Palavras-chave: Autismo, Dança, Relações Interpessoais.

 

 

1.INTRODUÇÃO

 

O presente estudo de pesquisa, busca informações comprovadas da utilização da dança como atividade para melhorias nas interrelações entre alunos e educadores, auxiliando na estruturação sensorial e na locomoção.

O tema foi idealizado, buscando crescimento como profissional da educação especial, percebendo as dificuldades no dia a dia, encontrando na dança um aliado para melhorar as atividades rotineiras dos alunos com espectro autista.

O trabalho foi desenvolvido através de revisão bibliográfica, onde se descreve o Conceito de Síndrome do Autismo, Dificuldade em se relacionar com as demais pessoas, a importância da dança e as melhorias para vida do aluno.

 

2. CONCEITO DE AUTISMO.

 O Autismo é caracterizado como um transtorno da personalidade, uma desordem da relação da criança com o mundo ao seu redor.

Segundo SCHWARTZMAN apud SCHWARTZMAN, 2003, p. 10:

 

O autismo infantil pode ser considerado um distúrbio do desenvolvimento caracterizado por um quadro comportamental peculiar e que envolve sempre as áreas de interação social, da comunicação e do comportamento em graus variáveis de severidade; este quadro é, possivelmente, específico, e representa uma forma particular de reação do sistema nervoso central frente a uma grande variedade de insultos que podem afetar, de forma similar, determinadas estruturas do sistema nervoso central em períodos precoces do desenvolvimento.

 

 

 

Entende-se pelas palavras do autor, que autismo apresenta mudanças significativas de comportamento, como insônia comportamento agitado, tenso, agressividade, apático e déficit na área cognitiva.

Segundo Schwartzman, 2003, p.24:

 

Os autistas apresentam um déficit cognitivo, onde o indivíduo recebe, guarda e trata as informações, incluem a atenção, aprendizagem, memória, julgamento ou pensamento. Sendo assim, eles também não apresentam gestos expressivos.

 

A organização Mundial da saúde, a criança autista terá problemas graves de relacionamento, incapacidade de manter contato visual, apresenta aversão a qualquer mudança de habito, a fala dificilmente acontece. A criança autista possui perturbações das relações afetivas com o meio, solidão autística extrema, falha no uso da linguagem para comunicação, aspecto físico normal.

Segundo LEBOYER, 1995, p.5:

Crianças que têm inaptidão para estabelecer relações normais com o outro; um atraso na aquisição da linguagem e uma incapacidade, quando ela se desenvolve, de lhe atribuir um valor de comunicação. Essas crianças apresentam igualmente estereotipias gestuais, uma necessidade imperiosa de manter imutável seu ambiente material, ainda que deem provas de uma memória frequentemente notável. Contrastando com esse quadro, elas têm, a julgar por seu aspecto exterior, um rosto inteligente e uma aparência física normal.

 

Conceitua-se autista, segundo o autor, como uma forma acentuada de pensamento egocêntrico, sem cooperação social.

 

3. DANÇA NA EDUCAÇÃO.

           

A busca para qualidade na educação, encontra um grande aliado na dança, especialmente em alunos com dificuldade de interação social, sendo uma forma de fomentar também o crescimento intelectual.

Cabe ao educador, buscar conhecimento na área, pois a dançar requer conhecimento, dançar é tão importante para uma criança quanto falar, contar ou aprender. O lugar da dança é nas casas, na rua, na vida. (SANTOS; FIGUEIREDO, 2003).

ASSIS, 1994, p.144, nos fala que:

 

Refletindo sobre o ato de envolver o uso sensório-motor na educação do indivíduo. O trabalho corporal só terá validade se for o reflexo de um trabalho que promova o correto desenvolvimento psicológico e físico do praticante, que facilite a sua integração social, que salvaguarde os aspectos recreativos, que desenvolva, assim, o verdadeiro sentido estético.

 

 A dança na educação esta baseada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), o qual aponta a dança como desenvolvimento do pensamento Artísitico da percepção estética, da sensibilidade, da imaginação, melhorando capacidade de comunicação, interação com os demais colegas. “Integrando-a nas escolas de ensino comum, como mais uma matéria formativa, reencontraríamos um novo homem com menos medos e com a percepção de seu corpo como meio expressivo em relação com a própria vida” (1983, p.40). Com todas essas melhorias no cotidiano do aluno, torna-se possível a melhora do desenvolvimento cognitivo do individuo.

Braghirolli, 2002, p. 45, nos explica os seguintes tipos de aprendizagem. Que são divididos em condicionamento, ensaio-erro, imitação, discernimento ou insight e raciocínio. Entendem-se após a leitura que a junção de todos esses aspectos, resume-se que a dança tenha papel importante no desenvolvimento da criança.

A dança sempre esteve presente na vida do ser humano, como varias formas de expressão, de acordo com VERDERI, 2009, p.5: “O homem primitivo dançava por inúmeros significados: caça, colheita, alegria, tristeza. O homem dançava para tudo que tinha significado, sempre em forma de ritual. Supõe-se que se desde os primórdios a dança esteve presente, ela acompanha o desenvolvimento do homem no decorrer do tempo.

 

4. A DANÇA E O AUTISMO.

A dança leva o aluno autista ao desenvolvimento gestual, ao equilíbrio gestual, melhora na qualidade de vida dos alunos, coordenação motora (estática e dinâmica), melhora do movimento rítmico, habilidade rítmicas

Através das pesquisas, entende-se que a dança contribuiu efetivamente para aumento da qualidade de vida e redução da gravidade do espectro autista, o que justifica a importância a adesão de projetos de dança com os alunos autistas.

Segundo Braghirolli, 2002, p.98:

Os seguintes tipos de aprendizagem na dança são: por condicionamento, ensaio-erro, imitação, discernimento ou insight e raciocínio, sendo que tais aprendizagens   consistem na dança, uma vez que é uma prática de caráter abrangente que gera estímulos   diferenciados cruzando todas as aprendizagens citadas, facilitando assim a educação do aluno e   fornecendo fonte de associação para sua lógica dialética.

 

Trabalhar a dança, alem das vantagens já citadas peloautor, ainda salientamos a questão do Lúdico, pois aprender brincando é muito mais significativo para a criança, e também mais prazeroso ao educador. Você levar o conhecimento e perceber que aluno realmente entendeu o que foi lhe atribuido é uma incentivo para novas buscas para qualidade da educação.

As crianças autistas possuem total capacidade de aprendizagem e desenvolvimento dentro de suas limitações próprias na dança, quandoo educador conseguir repassar de forma coerente, certamente no decorrer do tempo perceberá uma evolução na criança.

Sabemos que trabalhar de forma interdisciplinar é algo mais trabalhoso, e que envolve também mais investimentos na educação especial, entende-se então que a busca de melhorar a qualidade educacional dos alunos com autismo, requer gastos, esses devem ser analisados pela equipe de gestão escolar e realizado de forma rapida e eficiente, um trabalho que envolve todo corpo escolar.

NOGUEIRA, 2000, p.91, salienta:

 

Somente o intercâmbio, a integração e troca entre membros da equipe de educadores, pode gerar uma postura aberta a tudo e a todos, essencial ao processo interdisciplinar. Com a desfragmentação dos diferentes saberes, imaginamos que o aprendiz possa relacionar seus múltiplos saberes, e desta forma, articular todas as suas competências diante uma situação problema. Crendo que a resolução constante de problemas pode gerar o desenvolvimento das Múltiplas Inteligências, julgamos serem os Projetos e a Interdisciplinaridade dois mecanismos eficientes ao „polimento‟ das múltiplas faces desse cristal, que é o aprendiz.

 

            O educador tem a oportunidade de despertar no aluno estimulos para sua vida, ensinar é muito mais que mostar como ler e escrever, éfazer com ele leva para vida heranças que carregará por todo sua existe, ou seja, só consegue realmente levar isso au aluno, um educador capaz de não medir esforços e querer trabalhar mais, mostrar que realmente se importa com a vida que esta em suas mãos em sala de aula.

PEREIRA 2008, p. 43, explica que:

 

 (...)“a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, pode-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres (...). Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/ para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade”.

 

Encontramos nos PCNs, de 1997, pela primeira vez a dança deveria valorizar diversas escolhas de interpretação e criação, em sala de aula e na sociedade, situar e compreender as relações entre corpo, dança e sociedade e buscar informações sobre dança em livros e revistas e ou em conversas com profissionais”. Ou seja, visando encarar o ensino da dança como uma atividade educativa, recreativa onde aconteceriam situações de construção do conhecimento.

            VERDERI, 2009, p. 5, salienta que:

O professor deve conscientizar-se de que o momento é de inovar e ousar, que os tempos de cópias já se afastaram juntamente com paradigmas que não se enquadram mais nas novas visões de uma pedagogia preocupada com a formação integral do educando.

 

Utilizar-se da dança na educação especial é promover a busca e construção do conhecimento, fazendo com que ele trilhe um caminho que o leve a acreditar em seu potencial, acreditar que pode não somente imitar o educador mais buscar formas próprias de educação, explorando sua criatividade e tornando-se um ser independe e evoluído

 

 

CONCLUSÃO.

 

Através das literaturas, estudos feitos, percebemos e entendemos a importancia da dança para alunos com espectro autista. A dança trabalha no contexto total do corpo, melhorando coordenação motora, permitindo a liberdade do movimento, melhorando a respiração, proporcionando sentimento de liberdade, favorencendo a melhora na comunicação, interação social, promovendo a atenção e os limites do proprio corpo.

O educador que busca ajudar seus alunos, com certeza encontrará dificuldades no caminho, porem inserir a dança como processo educacional,vizando novos caminhos para auxiliar esses alunos, encontrará recompesa do esforço.

Quando a criança começa praticar a reciprocidade, o respeito e a intereção com os demais colega, tudo fluí de forma mais facil e eficiente no dia dia escolar.

Com integração dos alunos, o convivio fica melhor, eles aprendem que um pode ajudar outro e assim a si mesmo.

 

Mantoan, 2005, p. 21, afirma que:    

 

   A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande   ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não   passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os   preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados pela   deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem seu   espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre   dependentes e terão uma vida cidadã pela metade. Você não pode ter um   lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que   ele pode ser. Além disso, para nós, professores, o maior ganho está em   garantir a todos o direito à educação. 

 

É importante ressaltar que o educador deve possuir uma formação na area, e claro sempre se aperfeiçoar,   pois o desempenho do aluno será resultado do trabalho do educador, e sua falha também. O lugar da dança é nas casas, na rua, na vida. (SANTOS; FIGUEIREDO, 2003).

A dança para aluno autista só tras contribuições, pois quando se conhece o proprio corpo é que se é capz de entender suas limitações.A arte consiste, portanto, na escolha de meios próprios para manifestar, pelo corpo, as emanações da vida, do espírito e da alma . (FAHLBUSCH, 1990, p. 32).

 

 

 

REFERÊNCIAS

ASSIS, Roselee Ribeiro de. Corpo e a Dimensão Estética. In DANTAS, Estélio H. M.(org). Pensando o Corpo em Movimento. Rio de Janeiro: Shape, 1994.

BRAGHIROLLI, E. M., BISI, G. P., RIZZON, L. A. & NICOLETTO, U. (2002). Psicologia Geral.  22ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial: livro 1. Brasília: MEC/SEESP, 1994.

______, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Artigo 208 p. 34 de outubro de 1989.

______,  Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

______, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Gestão da educação escolar. Brasília: UnB, CEAD, 2004 vol. 5. p. 25

LEBOYER, Marion. Autismo Infantil: Fatos e Modelos. (Tradução: Rosana Guimarães Dalgalarrondo) 2 ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.

NOGUEIRA, S. E.; SEIDL-DE-MOURA, M. L. Intersubjetividade: perspectivas teóricas e implicações para o desenvolvimento infantil inicial. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v.17, n.2, p.128-138, 2007.

MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2005.

PEREIRA, A; RIESGO, R. S.; WAGNER, M. B. Autismo infantil: tradução e validação da Childhood Autism Rating Scale para uso no Brasil. Jornal de Pediatria, v.84, n.6, p.487-494, 2008.  

SCHWARTZMAN, J.S. Síndrome de Down. 2. ed. São Paulo: Memnon, 2003.

VERDERI, EB .Dança na escola: uma abordagem pedagógica. São Paulo: Phorte, 2009.