TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NAS GERAÇÕES DO SÉCULO XXI

TECNOLOGIA  DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NAS GERAÇÕES DO SÉCULO XXI

TECNOLOGIA

 DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NAS GERAÇÕES DO SÉCULO XXI

 

Daisy Cristina Rodrigues Conceição

                                                                                           

RESUMO

       

 Este trabalho abordará o surgimento da Internet e sua influência nas gerações dos discentes do século XXI. Traz uma reflexão sobre quem são esses aprendizes e como eles aprendem? Assim através de pesquisa em textos acadêmicos que refletem sobre o tema Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nos discentes do século XXI, buscamos disseminar a conscientização a reflexão acerca do surgimento de um novo educando, uma vez que, com a tecnologia uma nova linguagem surge também totalmente despojada de formalidades, normas, critérios, mas sim iconográfica, sincopada, quase que indecifrável, permeando as novas gerações.

Palavras chave: TICS; comunicação; discentes; mudanças; rede.

 

INTRODUÇÃO

A tecnologia tem mudado o mundo nos setores educacional, econômico, profissional, social e cultural, explica Castells (1999) e Levy (1999), ” que as transformações que penetram e difundem-se em todos os campos da atividade humana, são devidos, primordialmente a propagação e ao uso das novas tecnologias de informações pelos indivíduos."

No setor educacional, foco desse artigo, as mudanças que ela vem fazendo podem ser consideradas como agentes de transformação dos sistemas de ensino e das modalidades educacionais que são observadas na atualidade e também dos envolvidos nesse sistema, diretamente os docentes e discentes. (Languardia, 2007).

Há muitas discussões e reflexões sobre os mais variados meios de formação dos cidadãos por intermédio da influência da tecnologia que está cada vez mais presente em espaços governamentais, acadêmicos, sociais e escolares.    (Barreto, 2003). Assim, em virtude de tatas mudanças, devemos questionar quem são: - esses cidadãos/alunos? Quem são os protagonistas dessa geração?

Muitas são as perguntas que surgem advindas dessas reflexões e algumas bastante pertinentes, dentre as quais, Castells, 2003 p.212, também faz: “O que fazer com tantas informações? Como utilizá-las? Como inseri-las no ambiente educacional?” Uma nova modalidade educacional requer novos meios, novos mecanismos? Será preciso reinventar a educação, o processo ensino-aprendizagem? De certo que mudanças estruturais requerem mudanças atitudinais. Isso é fato!

Segundo Castells (ib p.22) o novo aprendizado é orientado para o desenvolvimento da capacidade educacional de transformar informações em conhecimento e ações. Eis aqui um dos grandes desafios dessa nova geração.

O tempo agora é de muitas informações que mudam tão rapidamente quanto são geradas; chega-se a pensar quantas tornam-se em conhecimento?

Quais os prejuízos desse processo? Quem perde ou ganha com ele? Quanto se perde ou quanto se ganha? Essa geração está preparada para absorver tudo isso?

O objetivo desse artigo é apresentar  de forma sucinta a história da internet e analisar sua influencia na vida secular e escolar dos discentes dessa nova geração da Informação/ Virtual. Como também conhecer quem são esses novos alunos da Era da Tecnologia.

 

1. HISTÓRIA DA INTERNET

 

1.1 A REDE

 

Segundo Castells (Ibidem, p.7), rede nada mais é do que um conjunto de nós emaranhado, onde há interconexão, conexão e ligação.

As tarefas em cadeia são práticas humanas muito antigas e é um exemplo de uma formação em rede, mas passaram a existir em nosso tempo, reorganizadas e transformadas em redes de informações energizadas pela Internet que é:

 Um espaço onde várias pessoas estão ligadas, conectadas com o propósito de se comunicarem, ligando pessoas com determinados propósitos comuns. É o que se pode denominar sociedade em rede.

Permitindo a comunicação de muitos com muitos, em ambientes, espaços, locais de rápida mutação que permitem uma interação global, local, síncrona e assíncrona.

 

1.2 O QUE É INTERNET?

 

Castells (Ibidem, p.7,8, 11) a define como o tecido de nossas vidas,

Um meio de comunicação que permite, pela primeira vez, a comunicação de muitos com muitos, em tempo real e de abrangência global,

Uma tecnologia particularmente maleável, possível de ser alterada por sua prática social que conduz uma série de resultados potenciais a serem descobertos, desvendados pela experiência, pelo uso,

É uma rede mundial de computadores, formada por uma união de redes interconectadas utilizando protocolos de comunicação padronizados, que fornecem e recebem informações e ferramentas de comunicação para seus usuários (Minidicionário Houaiss de Língua Portuguesa – Instituto Antônio Houaiss),

É uma rede mundial de computadores, rede telemática internacional que une computadores de particulares organizações de pesquisa, instituições de cultura, instituições militares, bibliotecas, corporações de todos os tamanhos (Dicionário online de português).

A internet é a expressão de nós mesmos por meio de um código de comunicação específico, que precisa ser compreendido para que se possa mudar a

própria realidade, ou seja, precisa-se se apropriar dessa nova realidade virtual para que, por meio dela, cresça-se e transforme o mundo, a própria vida, a realidade de cada um.

 

1.3 O SURGIMENTO DA INTERNET

 

De acordo com Castells (Ibidem, p. 13), a história da Internet se mescla com a história de uma aventura humana espetacular a qual destaca a capacidade que o homem tem de ultrapassar as metas, os limites institucionais, superando assim as barreiras burocráticas e revolucionando valores instituídos no processo de inaugurar um novo mundo.

Em 1930 ocorreu a explosão da World Wilde Web (www), que é uma rede global de computadores, mas o uso da internet como sistema de comunicação explodiu no final do segundo milênio, final de 1995, tendo já no primeiro ano de uso da www – 16 milhões de usuários, que só vem crescendo, marcado em 2010 por 2 bilhões de usuários, um aumento de 125 vezes o volume inicial, em simples 15 anos.  

Todos os desenvolvimentos tecnológicos decisivos para que a internet se estabelecesse não vieram de instituições governamentais. Ela não deve seu nascimento e seu progresso ao mundo dos negócios, porque era um projeto caro, de uma tecnologia muito ousada e arriscada demais para ser custeada por órgãos de fins lucrativos.

Deve aos seus usuários o seu nascimento e proliferação, pois eles sim são os principais produtores da tecnologia, adaptando e transformando-a com seus usos e valores. Por isso é possível afirmar, segundo Castells (Ibidem, p.165), que o tipo de comunicação que prospera na internet está relacionado à livre expressão em todas as formas, mais ou menos desejável, segundo o gosto de cada pessoa. É a transmissão descentralizada, a interação fortuita, a comunicação proposta e a criação compartilhada que nela encontra sua expressão.

A comunicação dos usuários é um palco, o meio que favorece essa conversa entre seus bilhões de usuários é um presente para todos, pelo seu amplo desenvolvimento e crescimento.

Ainda segundo Castells (Ibidem, p. 135), a internet põe as pessoas em contato numa ágora pública, para expressar suas inquietações e partilhar suas esperanças.

 

2- QUEM É O ALUNO DO SÉCULO XXI?

 

Segundo Postman (1994), no que diz respeito as crianças e jovens, a Revolução Tecnológica trouxe um desvio de papeis nunca visto antes, pois lhes confere mais poder e individualidade, proporcionando uma independencia a autonomía  dos adultos.

Parra Barra (2014), a Internet se apresenta como um mundo “sem segredos” ou barreiras, pois os leva a moverem-se sozinhos, sem o auxílio ou a imposição de caminhos determinados pelas autoridades.

Observando o escrito desses dois autores temos algunas características comportamentais dessa nova geração: individualistas, independentes, indiferentes e avessos as opniões alheias. Contrario a nova ordem, onde  busca-se o trabalho  coletivo.

Completa Kuntz, (2009, p.56) que a falta de ceremonia com os pais leva-os a indiferença com as autoridades, admiram a competitividade real e não a hierarquia. Só reafirmando o que os outros autores já tinham pontuado, enfocando a indiferença com as autoridades e acrescentado o comportamento informal com os pais os quais muitas vezes ainda não foram inseridos nesse contexto da internet e novas tecnologias.

Situação difícil essa que se repete em sala de aula na relação professor versus alunos, que nem é de hierarquia, mas com certeza de respeito e cortesia.

 Ainda na questão comportamental são educandos que precisam como afirma Gonçalves (2011, p.4) de razões e estímulos sempre.

São alunos que precisam de razões para aprender. “Perguntam sempre”: para que serve esse assunto? Porque tenho que estudar isso? Onde vou usar tudo isso?

E precisam ser estimulados, incentivados, encorajados e motivados a aprender, senão, não alcançaremos a aprendizagem efetiva.

Segundo Oliveira (2009) é uma geração motivada por interesses e desafios. Por isso tem uma agenda repleta de atividades, como cursos de idiomas, esportes, entre outras coisas que preencham o tempo ocioso, que faz o que gosta, talvez por influência dos pais, fruto de um relacionamento flexível, e por serem interesseiros, tudo o que fazem querem ser compensados por terem feito.

Para Engelman (2009) o mundo virtual marcou nessa geração o desenvolvimento do pensamento sistêmico, com a possibilidade de olhar para o global e o local, competência importante para a nova geração no mercado de trabalho, pois os diferencia das anteriores.

Proporcionando uma comunicação instantânea, conectando-se com as pessoas das mais variadas formas: SMS, Twitter, Blogs, Whatsapp, etc.

Pertencentes á geração Y, a geração dos resultados, nasceram na época da tecnologia, da Internet, da informação e da segurança oferecida pelos pais.

Segundo Oliveira (2009) essa geração não viveu nenhuma grande ruptura social, viveram sob a democracia, a liberdade política, e a prosperidade econômica.

Fazem parte da geração da informação, presenciaram o fora Color, as caras pintadas, fruto da liberdade política e recebem constantes estímulos por parte dos pais.

Raines (2000) acrescenta que são filhos da geração de mães independentes emocional e financeiramente e que possuem uma vida profissional ativa, o que os leva a serem criados em creches/escolinhas ou por avós.

Estão inseridos em um modelo familiar flexível, nada tradicional, convencional pai e mãe.

Muitos desses alunos, dessa nova geração, têm idade que variam dos 17 anos aos 60, são os alunos universitários que se dividem entre calouros e veteranos, essa variância no contexto de sala de aula contribui e muito para todos em sala de aula, pois essa troca de experiência contribui para o crescimento de todos.

Os calouros procuram se inserir ainda jovens no ensino superior, alguns desses jovens ainda não foram inseridos no mercado de trabalho, não conhecem muitas responsabilidades de levar a sério essa nova fase dos estudos e consequentemente acabam não valorizando o investimento que está sendo feito para que eles possam cursar uma faculdade, não se sabe ao certo os motivos de suas irresponsabilidades, dividem muito mal o seu tempo, estudam muito pouco por se dispersarem com tanta interatividade que existe atualmente, como por exemplo: TV por assinatura e Internet, ainda não sabem usar os recursos da tecnologia de forma adequada, eles tem uma forte crença que já sabem de tudo, o que não é verdade.

Notamos que os alunos que estudam e trabalham, são os que mais procuram se dedicar aos estudos, pois eles sabem valorizar o investimento que estão fazendo, já os demais, como não trabalham, não tem a responsabilidade de pagar as mensalidades, alguns dão pouca importância aos estudos. Fica evidente que os alunos que trabalham e estudam estão buscando uma forma de serem reconhecidos na empresa e na sociedade, consequentemente ter um padrão de vida melhor, eles recebem as mesmas influencias das redes sociais, celulares etc., que tendem a tirarem seu foco, porém, eles têm senso de noção da importância em levar os estudos a sério.

Dentro da sala de aula fica evidente que as pessoas veteranas ao ingressarem na faculdade são mais focados que os demais, pois os mesmos têm um senso de urgência em se formar e aprender mais, querem aproveitar a oportunidade de voltar os estudos, uma vez que não sabemos por qual motivos eles não cursaram uma faculdade na sua juventude. Esses alunos veteranos sabem de suas responsabilidades na empresa, na família, na sociedade, e como não tiveram a oportunidade de estudar, estão buscando serem reconhecidos em todas essas esferas mencionadas, sabem que para serem promovidos, ou receberem novas atribuições e responsabilidades se faz necessário estar melhor qualificado.

Muitos alunos veteranos sabem que é uma questão de sobrevivência se qualificar, pois muitas empresas estão contratando jovens estagiários muito mais qualificados do que eles, por esse motivo muitos voltaram aos estudos e levam a sério a questão da formação e não se deixam levar pela influência dos aparatos da tecnologia que é responsável pela distração e falta de foco de muitos alunos.

 Apesar de muitos veteranos terem certa dificuldade no uso das tecnologias, eles são mais responsáveis, tem senso de urgência, são comprometidos e tem uma visão global das coisas ao seu redor, já os jovens perceberam que muitas vezes não tem as mesmas características que os adultos, talvez seja por conta de que estão passando por uma fase transição da vida jovem para adulta e nesse contexto existe uma nova possibilidade deles aprenderem com os veteranos, bem como os veteranos aprenderem com os jovens sobre o uso dessas novas tecnologia, é uma experiência muito enriquecedora, é nesse instante que o professor precisa fazer o elo entre as duas gerações e ter conhecimentos sobre as tecnologias para conseguir se inserir nesse contexto, dessa forma a aula fica muito mais dinâmica e flui melhor.

As pessoas dessa geração são consideradas ambiciosas e individualistas, instáveis, influência talvez da tecnologia. Mas são pessoas preocupadas com o meio ambiente e com os direitos humanos.

Segundo Loiola (2009) são pessoas que aceitam a diversidade, convivem bem com as diferenças de etnia, sexo, religião e nacionalidades em seus círculos de relação/amizades.

Temos também os discentes pertencentes à geração Z, conforme Lauer (2011) a letra que dá nome a essa geração vem do termo “Zapear” que é o ato de trocar de canal na TV constantemente com o controle remoto. Mudar da internet para o telefone/celular, do telefone para o vídeo e retornar para a internet. Parafraseando, essa geração troca de uma visão para outra.

Eles trazem consigo o domínio dos principais avanços tecnológicos e os meios de comunicação mais recentes e sofisticados. São totalmente integrados com as tecnologias, pois já nasceram inseridos nesse novo contexto aonde a tecnologia predomina em quase todas as áreas e faz parte da vida cotidiana de todos nesse novo espaço virtual.

Essa nova é a geração do consumismo, são ativos e individualistas, possuem poucas habilidades interpessoais e são impacientes. Características que se justificam por serem da Era da Tecnologia. Eles têm muita dificuldade de viver sem a tecnologia no seu dia-dia.

Esses jovens estão na faixa etária dos 16 anos e apesar das contrariedades os mais novos, os recém-nascidos são elencados nessa geração, abrangem da Educação Inicial até o Ensino Médio.

Não estão apegados às fronteiras geográficas, são abertos ao dialogo global, ficam conectados o tempo todo e por isso não há fronteiras globais, se comunicam com pessoas de vários lugares e tudo que precisam é estar em um local conectados com a internet.

A juventude atual apresenta diversos problemas para se expressarem oralmente, escreverem e pessoalmente, por viverem muito tempo no mundo virtual e interagem muito pouco com os adultos, ficam mais interagidos em boa parte do tempo, com jovens na mesma faixa etária de idade e deixam de viver uma realidade.

Um novo conceito de relacionamento, uma nova forma de se relacionar, conversas online, mundo virtual. Tudo muito novo para os veteranos e tão natural para essa nova geração, que por conta dessa naturalidade não vê os perigos que essas relações podem trazer. Bauman (2001) classifica essas relações virtuais em superficiais, líquidas, frágeis.

Possuem informações em demasia, estão um passo a frente dos mais velhos, mas tem como desafio aprender a selecionar e separar o que é bom do que é ruim, o verdadeiro do falso, porque na internet (é um mundo sem fronteiras ou regras). Esses são os novos desafios dessa nova sociedade que surge com a influência da tecnologia.

A escrita desses alunos já é diferente, pois o internetês já os dominou, são cheias de abreviações, emotions. Isso causa um problema iminente, porque alguns ainda nem aprenderam a forma correta da escrita na língua portuguesa e já estão viciados em escrever errado, o que pode ser um grande problema quando forem aprender um novo idioma a norma culta.

Algo a ser observado nessas duas gerações Y e Z são os aparelhos que chamam a atenção desses aprendizes e com os quais passam a maior parte do tempo, os Pcs, notebook, celulares, smartphones, o mais comúnmente usado é o Smartphone, pois se comunicam por ele através dos chats, para eles é impossível viver sem esses aparatos.   

Chat: vem do inglês e quer dizer “conversa”, é a conversa em tempo real, e para isso acontecer se faz necessário que duas ou mais pessoas estejam conectadas ao mesmo tempo, chamada assim comunicação síncrona.

Os problemas que vimos até aquí: as pessoas não dialogam oralmente, somente pela escrita e escrevem muito errado, a percepção física, entonação da voz, características visuais que tanto apresentam siginificado em um diálogo, passam a não exisitir mais, já que as expressões de sentimentos são substituídos por símbolos iconográficos, chamados emotions. A linguagem assume uma codificação totalmente alheia à norma, identificada muitas vezes, somente por personagens dessas gerações. Essa comunicação virtual propõe uma tendencia a um raciocínio limitado, devido às características do próprio canal. Othero (2004, p. 3), diz que uma nova forma de escrita foi criada, com frases curtas e expressivas, palavras abreviadas ou modificadas para que sejam escritas no menor tempo possível, pois é preciso ser rápido na internet. Pois a conversa é em tempo real e pode se dar com mais de um usuário ao mesmo tempo, e faz-se necessário escrever rapidamente, o que gera a tendência a um raciocínio rápido e limitado, é um ping pong (jogo rápido) na conversa, pois o canal utilizado não permite questionamentos profundos, intervenções longas, já que tornaria a conversa cansativa e de difícil leitura, predominando nesse canal a construção de frases curtas, o que acarretam dificuldades na produção de textos desenvolvidos em sala de aula, pois em muitos casos eles querem fazer uso dessa mesma escrita virtual fora do espaço virtual.

Um outro aspecto a se destacar dentro da escrita virtual é o gerado pelos emoticons, que segundo Freire, (2003, p.27) “sugiram por volta de 1980, para expressar os sentimentos daquele que escrever(o emissor). Então, emoctions  são figuras coloridas e comuns nas conversas em sala de bate-papo. Mas não são todos os sites que disponibilizam essa ferramenta, e isso não é um problema para os usuários, porque eles tem a disposição os “caracteres”, que são símbolos criados por eles , para formar expressões que também representam sentimentos, como destacam  Pereira e Moura, ( 2005, p.76) , os internautas usam as teclas, como: os parênteses, os dois pontos, o ponto e virgula, os colchetes, o zero, os sinais de ‘maior ‘ e ‘menor’, etc que conjugados formam as expressões de sentimentos.

Outro aspecto dessa escrita virtual é que ela possui uma escrita particular, especifica só dos “internetes” e ainda é acrescida a ela a criatividade de seus usuários e o uso de abreviações, que somente eles sabem o significado, é uma gíria virtual.

Obviamente a lingüística será obrigada a establecer estudos sobre esse mecanismo de comunicação que não se mostra passageiro ou mesmo um modismo irrelevante, mas sim um meio de comunicação que tem influenciado a sociedade como um todo. Cabe aquí fazermos uma reflexão, devemos aprender esse novo linguajar e escrita dos jovens ou eles devem aprender da forma como aprendemos na era “antiga”, existe uma possibilidade de mesclar as duas linguagens? As empresas irão aceitar? Como fica a norma culta?

Que tipo de escrita é essa? Virtual.

Será que essa geração está aprendendo alguma coisa? Faz sentido para eles: Irem à escola? O que aprendem? E a forma como aprendem?

É possível num futuro bem próximo uma escola totalmente virtual? É o que essa geração nos faz pensar.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Mediante a tudo que foi abordado nesse artigo, estamos diante de uma realidade que muda rapidamente e que não se encaixa em modismo, porque a Sociedade em Rede veio para ficar.

Também estamos diante de discentes que já estão inseridos nessa Sociedade em Rede de uma forma bem tranquila.

E quais os desafios?

Como reconhecer os meus alunos? ;

Inserir a educação na tecnologia ou inserir a tecnologia na educação?

Segundo Calligari (2000) eles são adolescentes e jovens que amam, estudam, brigam. Batalham com seus corpos, que se esticam e se transformam.

Completa Guillot (2008) e o mundo concreto é irrigado pelas novas tecnologias.

São adolescentes e jovens cheios de vida, sonhos, desafios, que partilham e compartilham do processo biológico natural da vida, diferem apenas por estarem imersos na Era da Informação, na Tecnologia.       

 

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