Educação desenvolvimento e a apropriação do "saber social"

Educação desenvolvimento e a apropriação do "saber social"

Educação desenvolvimento e a apropriação do "saber social"

 

Fabiana Juvêncio

 

A educação é, acima de tudo, além, do desenvolvimento potencial e a apropriação do "saber social". Trata-se de buscar, na educação, conhecimento e habilidade que permitam uma melhor compreensão da realidade e envolva a capacidade do fazer valer os próprios interesses econômicos, políticos e culturais. (Gybowskiryz, 1986, p. 41-2). A Educação somente pode ser considerada como fator de transformação social, na medida em que se formem sujeitos que, ao exercer sua atividade profissional na sociedade, atuem nesse sentido (Aguiar,1996).

Já Zabala (1998:90), a concepção construtivista, "ensinar envolve estabelecer uma série de relações que devem conduzir à elaboração, por parte do aprendiz, de representações pessoais sobre o conteúdo objeto da aprendizagem". O papel do professor é também o da instituição de ensino, no sentido, que o docente possa ter ciência do papel do projeto político pedagógico, sendo considerado o pré-requisito mínimo da instituição de ensino, para que o labor desse educador seja aprimorado e desenvolvido com a essência do Projeto Político Pedagógico da Instituição de Ensino Superior, na sua atuação de ensino socioeducativa, através de práxis pedagógicas para o crescente aprendizado do discente de maneira ampla e completa.

 Ventila Pimenta (2002) que, a atuação docente é uma prática social, e as escolas, como comunidades de aprendizagem. Sendo assim, a importância de se considerar o contexto, de ir além da reflexão, utilizando a teoria articulada aos saberes da prática, compreendendo os contextos históricos, sociais, culturais e organizacionais para, dessa forma, promover a emancipação dos sujeitos, possibilitando assim a diminuição das desigualdades sociais.  Ademais essas exigências buscam a mudança de paradigmas no papel dos professores, a prática pedagógica contemporânea deve ser inovadora, oportunizando a busca do desenvolvimento de competências necessárias à formação de uma adequada identidade profissional e pessoal docente, de modo que esse professor se torne sujeito autônomo e responsável no processo de ensino. Nesse âmbito, é pertinente que o uso de uma postura reflexiva, momento em que mergulha no universo de suas experiências “carregado de conotações, valores, intercâmbios simbólicos, correspondências afetivas, interesses sociais e cenários políticos” (Pérez Gómez, 1995, p. 103).

Na maioria das vezes, ensinar e aprender estão interligados, pois constroem o conhecimento e este saber acontece o tempo todo, tanto no ambiente acadêmico, quanto fora dele, pois, o homem e a realidade estão constantemente integrados. (Freire, 1979). De modo geral, o professor mantém-se centrado em sua própria figura, o que gera desinteresse para tentar a auto e hetero compreensão, reforçando, assim, a imagem autoritária que desconsidera a “pedagogia centrada no aluno” (Becker, 2005). Esta autorreflexão deveria implicar em uma ponderação sobre a imagem que este profissional transmite aos alunos, sobre a realidade do seu desempenho e sobre a possível necessidade de mudança, tudo pautado na leitura que o docente faz dos anseios dos alunos (Ventura, 2004). Na atualidade, o professor, considerado,  veículo de um saber que ele não elaborou e perante o qual ele nem sequer se posicionou numa perspectiva reflexiva e crítica. O professor passa a verdade do sistema dominante e a quer de volta, intacta, nas avaliações que ele faz do aluno (Marques Neto, 2001).

Aduz Rubem Alves (2006) que, o professor interage com os estudantes através de uma linguagem não verbal, e a quase unanimidade dos professores está inconsciente em relação a esta expressão física, o que faz com que este campo de interação se torne fator de desintegração, contrariamente ao que deveria ocorrer. Para tanto, citado por André (2001) que espera dos professores, em qualquer nível de Formação para o ensino superior é que assumam com competência e responsabilidade a tarefa de ensinar, para que a maioria de seus alunos desenvolva uma atividade intelectual significativa, e aproprie-se de saberes fundamentais que possibilite sua inserção ativa e comprometida na sociedade.

Em suma: conciliar a formação intelectual discente com as necessidades sociais que o demandam, de forma que ele não seja apenas um profissional adestrado para o cumprimento mecânico de seu papel na sociedade, mas que seja capaz de pensar a realidade que o envolve, na qual e sobre a qual ele terá que atuar a ligação quase simbiótica entre o estudo das práxis [...] (Lamartine, 1981). Contudo, Cunha (2006) nos fornece algumas reflexões sobre o bom professor, mostrando que o conceito é valorativo e está ligado a um tempo e a um determinado lugar. Devido ao seu papel social, criam-se muitas expectativas em relação ao professor, pois os atributos que a sociedade espera dele no exercício de sua função estão intrinsecamente ligados aos valores produzidos por essa mesma sociedade. Conclui-se que o professor tende a ser o que se espera dele e, muitas vezes, retoma os modelos dos seus antigos professores, na continuação dos seus métodos e formas de trabalhar os conteúdos propostos.